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    Eleições 2022

    Boris Casoy: Um flagelo nacional

    Ambiente da campanha eleitoral tem deixado de lado o debate sobre as drogas, importante problema que afeta a vida do país 

    Boris Casoy

    O ambiente desta campanha eleitoral, basicamente dominado por temas de caráter político-eleitorais, tem deixado de lado um importante problema que afeta a vida do país: as drogas. 

    Dentre outros fatores, o tráfico é, sem dúvida, uma das principais raízes da violência e criminalidade no Brasil. 

    O problema é complexo, mas precisa ser enfrentado e não tratado de maneira quase sutil por polícias divididas, desaparelhadas, mal armadas e muito mal remuneradas, muitas vezes cooptadas pelo banditismo, cada vez mais rico com o produto de seus “negócios”. 

    Além disso, a prevenção e o tratamento das vítimas são feitos muitas vezes de maneira empírica. 

    Um dos sintomas mais evidentes da impotência dos governos no combate às drogas está na cracolândia, em São Paulo. 

    Sucessivas administrações públicas têm procurado resolver ou minimizar a questão, que mantém nas ruas milhares de seres humanos afetados pela dependência das drogas. 

    O local acabou se transformando num laboratório de experiências fracassadas, com tentativas de solução muitas vezes até ideologicamente abordadas. Assim, trilharam-se desde o caminho da repressão às vítimas, até tratamentos considerados paternalistas. Todos sem o menor horizonte de sucesso. 

    Há poucos dias, um dos mais tradicionais colégios do país, o Liceu Coração de Jesus, anunciou o fim de suas atividades. Situado a poucos metros da cracolândia, o Liceu perdeu alunos, cujos pais perceberam o perigo diário a que seus filhos eram submetidos por aquele triste submundo. 

    O colégio, que já contou com cerca de três mil alunos, tem hoje apenas 200 crianças, que cursam o Ensino Fundamental; tornou-se economicamente inviável devido a sua localização. Esse é apenas um exemplo dos males que o tráfico tem causado ao Brasil. São milhares de jovens diariamente tragados para um mundo que os escraviza e tolhe o seu futuro. 

    O problema é muito mais grave. Aí está o PCC, que domina diversos presídios, a comandar o tráfico em praticamente todo o país. 

    Infelizmente, não temos um efetivo planejamento de prevenção, tratamento e repressão às drogas. Há apenas louváveis tentativas de minimizar a questão, mas nada que represente um efetivo projeto de governo, com verbas suficientes para essa difícil tarefa. 

    É este o momento em que a sociedade deve exigir dos candidatos um posicionamento a respeito desse grave flagelo social. As autoridades brasileiras precisam parar de fingir que o Brasil combate efetivamente o tráfico. 

    Este texto não representa, necessariamente, a opinião da CNN Brasil.

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