Boris Casoy: Guedes tem razão de ser contra a PEC dos Combustíveis
No quadro Liberdade de Opinião desta quinta-feira (3), Boris Casoy debate o atrito entre governo e Centrão após apresentação de projeto para redução de preço de combustíveis
No quadro Liberdade de Opinião desta sexta-feira (4), o jornalista Boris Casoy conversou sobre as propostas de emenda à Constituição para frear o aumento do preço dos combustíveis apresentadas no Congresso Nacional.
Na quinta-feira (3), o deputado governista Christino Áureo (PP-RJ) levou à Câmara um texto que permite que União, estados e municípios reduzam parcialmente ou totalmente os impostos sobre combustíveis e gás de cozinha até 2023, sem necessidade de compensação. Segundo o analista da CNN Caio Junqueira, a proposta causou atrito do Centrão com o governo por não ter aval do ministro da Economia, Paulo Guedes, e poder gerar perdas de receita de até R$ 50 bilhões.
Para Boris Casoy, a disputa é eleitoral e tanto combustíveis quanto o gás de cozinha e a eletricidade têm subido de preço por diversos fatores, recordando o preço do petróleo no exterior e o dólar no Brasil. “Quem vai ao posto de gasolina não quer saber. Mete a culpa no capitão [Jair] Bolsonaro“, destacou, acrescentando que o presidente está “em plena campanha eleitoral e sabe que as pesquisas não lhe favorecem muito”.
“O ministro [Paulo] Guedes é contra – e tem razão de ser contra uma PEC desse jeito – porque serão 54 bilhões a menos em arrecadação. É isso que eles [governo] estão calculando agora. Claro que esse dinheiro teria alguma destinação e vai ser alvo da Lei de Responsabilidade Fiscal”, afirmou.
Segundo o comentarista, a tática do governo é criar um “contorcionismo” para evitar ser alvo da Lei através da PEC – a situação, porém, não possui milagre e o dinheiro deverá ser reposto através de empréstimos.
“Nós mesmos, que vamos ter abatimento na bomba de combustível, vamos pagar essa dívida do governo, por outro lado, com um aumento da inflação. Mas para esse pessoal, não interessa. Deram um drible no Paulo Guedes, mas estavam lá as impressões digitais da impressora do Planalto, denunciando a autoria do projeto.”
Casoy também classificou Áureo como um “laranja” na apresentação da proposta, além de classificar a PEC como eleitoral e populista, sem saber quanto a redução irá representar no valor da gasolina.
Candidatura de Sergio Moro
Em entrevista à CNN, a deputada federal e presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, afirmou que o partido, que conta com a pré-candidatura do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, vem conversando com legendas que não possuem candidatura própria e não querem estar “entre Lula e Bolsonaro”.
Abreu também falou sobre uma eventual saída de Moro para o União Brasil, partido em formação entre o PSL e o DEM, não descartando a mudança.
“Nós, dirigentes partidários e candidatos, precisamos, em um momento tão peculiar da história do nosso país, ter desprendimento. Então, se essa fosse a condição… não é uma convergência de opinião no União Brasil, nós estaríamos dispostos, sim, a fazer uma aliança em prol de um projeto ainda mais competitivo para o nosso país”, disse.
Política de preços da Petrobras
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, defendeu que a estatal mantenha a política de preço de mercado nos combustíveis. Segundo ele, “segurar os valores” poderia impactar o abastecimento do setor, que ainda depende da importação do petróleo.
“Sabemos o prejuízo que é tentar segurar preço de forma artificial. Vamos perder muitos investimentos e importação de diesel, gás, petróleo. Se não houver preço competitivo, não há como suprir esse mercado”, declarou.
Privatização da Petrobras
Em entrevista ao âncora da CNN William Waack na quinta-feira (3), o pré-candidato à presidência da República pelo PSDB, João Doria, disse que, se eleito, irá privatizar a Petrobras.
“Não faz sentido mais o Brasil ter o monopólio do petróleo com uma estatal. Colocá-la, sim, no mercado, não para termos um monopólio privado, mas uma empresa que nessa modelagem provavelmente vai gerar três ou quatro empresas, que estas refinarias serão vendidas também e a Petrobras terá competição”, afirmou.
O Liberdade de Opinião teve a participação de Boris Casoy e Fernando Molica. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.