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    Boris Casoy: E a violência?

    Estado precisa buscar maneiras de reduzir o problema com uma atuação social digna desse nome

    Boris Casoy

    Por mais que governos estaduais insistam em demonstrar que a segurança pública está sendo aperfeiçoada, os fatos teimam em contradizer a propaganda. Qualquer cidadão, em qualquer parte do país, quando sai de casa não tem a certeza se vai voltar.

    Avolumam-se os roubos, furtos assaltos, homicídios etc., num conjunto de violência que afeta a todos nós. Mesmo dentro de casa não estamos seguros, com invasões constantes dos lares por delinquentes dispostos a tudo.

    As raízes dessa violência que assola o Brasil têm bases complexas e têm sido merecedoras dos mais variados estudos. A pobreza certamente faz parte desse quadro, mas está longe de ser a razão única do problema. Educação, tráfico, famílias desestruturadas etc. também fazem parte da má estrutura de nossa sociedade doente.

    Além disso, não se pode negar que a violência é inerente ao próprio ser humano. Para quem esposa essa tese, a população mundial está dividida em três camadas comportamentais básicas.

    A mais numerosa delas seria composta por pessoas potencialmente prontas a delinquir, mas não o fazem por medo da punição. Um segundo grupo contem seus impulsos graças a seus freios morais, éticos ou religiosos, enfim, a partir de suas convicções. Uma terceira camada — menor — tende por natureza à criminalidade. Nada os detém.

    Daí ser necessário que o Estado busque maneiras de reduzir o problema com uma atuação social digna desse nome, o que não acontece há séculos no Brasil. Esse pálido conjunto de fatores demonstra à sociedade a necessidade de uma política de segurança pública que nos garanta um mínimo de tranquilidade.

    Muito se tem escrito, mas os resultados são extremamente pobres. As razões são várias. Vão desde legislações antiquadas, presídios desumanos e inseguros, até um aparato policial que não investiga, garantindo a impunidade.

    Uma polícia bem treinada, bem armada, bem remunerada, com enfoque preventivo, pode ajudar nessa tarefa. Boa vontade não é o suficiente. Como buscar resultados positivos com polícias mal estruturadas e contaminadas pela corrupção?

    Além disso, com um esperto aval constitucional, as policias estaduais são divididas em civil e militar. Não se entendem e até brigam entre si. Poucas vezes seus rádios se comunicam e muitas vezes se superpõem no combate ao crime num inacreditável desperdício de recursos. Reina a impunidade, e o crime organizado cresce.

    Até quando vamos tolerar essa situação? A resposta está com os candidatos ao pleito de 2 de outubro.

    Este texto não representa, necessariamente, a opinião da CNN Brasil.

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