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    Bolsonaro: Weintraub não foi prudente e não estava representando governo em ato

    Em entrevista, presidente disse que presença do ministro da Educação em protesto na Esplanada dos Ministérios 'não foi um bom recado'

    Guilherme Venaglia, da CNN em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta segunda-feira (15) que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, “não foi prudente” ao se encontrar com apoiadores do governo neste domingo. Weintraub conversou com um grupo de cerca de 15 manifestantes que estavam na Esplanada dos Ministérios, contrariando bloqueio decretado pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

    “Quanto à participação do ministro num agrupamento de pessoas, que não foi o grupo de pessoas que soltou os fogos contra o Supremo Tribunal Federal, acho que ele não foi muito prudente em participar dessa manifestação”, disse em entrevista ao canal BandNews TV, acrescentando que não considera que ele tenha “falado nada de grave ali”.

    Durante o encontro, o ministro Weintraub reiterou as ofensas aos ministros do STF, que já tinha feito em reunião ministerial de abril e o levou a ser investigado pela própria Corte. “Mas não foi um bom recado: ele não estava representando o governo, estava representando a si próprio”, disse, afirmando que “mais um problema estamos tentando solucionar, em relação ao senhor Abraham Weintraub”.

    Nesta segunda-feira, Bolsonaro se reuniu com Weintraub em Brasília. Segundo o analista da CNN Igor Gadelha, o presidente da República pediu a ministros e assessores, nas últimas horas, sugestões de nomes para um novo ocupante do Ministério da Educação.

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    Ainda sobre o STF, o presidente voltou a dizer que considera que a Corte esteja intervindo no governo, rememorando o episódio da suspensão da posse de Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal. Ele argumentou que comparecer a manifestações em que “um cara ou outro fica com uma placa AI-5” não é confrontar o Supremo, porque “não existe isso, não existem mais atos institucionais”.

    Bolsonaro ainda afirmou que o ministro Luiz Fux, ao decidir que as Forças Armadas não podem agir como poder moderador, agiu “como se os integrantes do Alto Comando não soubessem qual é o seu papel”.

    O presidente reiterou o conteúdo de uma nota divulgada na sexta-feira (12), em que fala que as forças “não cumprem ordens absurdas nem tomada de poder por julgamentos políticos”. A fala está sendo interpretada como um recado ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que julga acusações contra a chapa do presidente e do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB).

    Articulação política

    O presidente Jair Bolsonaro se defendeu de críticas de que estaria traindo compromissos de campanha ao ceder cargos no governo para os partidos do chamado “Centrão”. 

    “Começaram a me acusar de fisiologismo. Ninguém do dito Centrão me pediu ministério, estatais ou bancos oficiais. Nós conseguimos nos aproximar desses partidos e agora sou acusado de fisiologismo”, afirmou. Fisiologismo, na definição do dicionário Houaiss, significa colocar o interesse público em segundo plano em prol de interesses pessoais ou partidários.

    Apuração da CNN registra nomeações de nomes indicados por políticos destes partidos, grupo que representa as maiorias que atuam na Câmara dos Deputados. Entre as divisões do governo que passaram a conter com nomes associados aos parlamentares estão o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS), entre outros.

    Bolsonaro ainda afirmou que o deputado licenciado Fábio Faria (PSD-RN), novo ministro das Comunicações, foi escolhido para o cargo por ser seu “amigo particular” e vem resolver um “problema” do governo nessa área.

    Renda mínima

    O presidente mencionou mais detalhes a respeito do programa Renda Brasil, uma espécie de projeto de renda mínima que o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que programa para a retomada da economia. Segundo Bolsonaro, a intenção é que o trabalhador que receba menos que um salário mínimo possa obter um recurso extra do governo a partir da lógica do “imposto de renda negativo”.

    Ou seja, se o trabalhador que recebe mais de um tanto paga imposto de renda, quem recebe menos que outro patamar “recebe” imposto de renda.

    “Essa é a ideia do Paulo Guedes, até para ajudar a voltar a economia. Se fala em CLT, em direitos trabalhistas, bacana, muito bonito, mas para quem emprega, a dificuldade é enorme”, afirmou, ainda em entrevista ao canal BandNews TV.

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