Bolsonaro volta a passear sem máscara e provocar aglomerações durante pandemia
Presidente desrespeitou recomendações de autoridades de saúde. Brasil é o 2º país com mais casos de Covid-19. Doença já matou mais de 27 mil pessoas no país
Um dia depois de o Brasil se tornar o quinto país com mais mortes por Covid-19 durante uma pandemia mundial — são mais de 27 mil vítimas fatais entre os brasileiros –, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a passear neste sábado (30) sem máscara e provocar aglomerações, indo contra as recomendações de distanciamento social dadas por autoridades de saúde em todo o planeta para a contenção do contágio.
Desta vez, o local escolhido foi Abadiânia (GO), a pouco mais de 100 km de Brasília. Imagens divulgadas pela assessoria da Presidência mostram que, durante a visita, Bolsonaro posou para fotos com dezenas de apoiadores, incluindo idosos — que fazem parte do grupo de risco da Covid-19.
Bolsonaro também visitou uma lanchonete e, sem máscara, tirou fotos com uma menina no colo.
O presidente fez o passeio ao lado do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, e do líder do governo na Câmara dos Deputados, Vitor Hugo (PSL-GO).
Os passeios de Bolsonaro aos fins de semana mesmo durante a pandemia têm sido frequentes e não costumam aparecer na agenda oficial da Presidência da República, como também ocorreu hoje — a assessoria de imprensa no Palácio do Planalto informou que Bolsonaro “está em agenda pessoal”.
Segundo a universidade americana Johns Hopkins, que monitora a pandemia do novo coronavírus em todo o mundo, o Brasil é o segundo país com mais casos de Covid-19: 465.166.
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Na reunião ministerial de 22 de abril, cujo vídeo foi divulgado após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), Bolsonaro defendeu a realização dos passeios aos fins de semana.
“Eu vou convidar os ministros pra domingo ir passar na Ceilândia e Taguatinga [cidades satélites de Brasília]. É convite, não é … não é missão não. Convite. Pra ver como é que tá o cara na … na … na esquina. Pra vir uns merda pra falar aí, né? Uns merda de sempre. ‘Ah, o cara rompeu o isolamento. Tá dando um péssimo exemplo.’. Tá .. . péssimo exemplo é o cacete, pô! Pior é tá passando fome! Tá na merda, porra! Sentir o cheiro de povo, como eu falei, lá. É uma experiência pra todo político sentir! Ir lá ver como é que tá o negócio”, disse o presidente na reunião.
Bolsonaro já deu diversas declarações públicas minimizando a pandemia de Covid-19, inclusive classificando a doença como uma “gripezinha”.
Quando o Brasil registrou mais mortos que a China por causa do novo coronavírus, Bolsonaro declarou: “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre”.
Com Estadão Conteúdo