Bolsonaro terá dificuldade em ganhar votos de base lulista, diz cientista político
Andrei Roman, CEO da Atlas Intel, afirma que, para o presidente, é essencial buscar votos dos mais pobres
O presidente Jair Bolsonaro (PL) precisa atrair os votos da parcela da população que ganha menos de dois salários mínimos se quiser ganhar fôlego nas eleições de outubro, de acordo com o cientista político e CEO da Atlas Intel, Andrei Roman.
Roman considera “absolutamente essencial” que o atual presidente conquiste votos desse público, mas pontua que a tarefa não é fácil. Isso porque o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera as pesquisas de intenção de voto, tem “sua maior fortaleza nesse público”.
“A grande vantagem do Lula está consolidada dentro desse público que ganha dois salários mínimos. Com o aumento do Auxílio Brasil, se Bolsonaro conseguir diminuir até relativamente pouco a distância que o separa do Lula, o impacto disso é enorme, porque estamos falando de uma parcela muito grande do eleitorado”, afirma o cientista político.
Para Roman, a dúvida é se o aumento no Auxílio Brasil não ocorreu “um pouco tarde demais para que o Bolsonaro, dois meses antes da eleição, construa uma marca em cima desse programa”, afirma o CEO da Atlas. “[Bolsonaro ainda] Não conseguiu construir uma marca [do Auxílio Brasil] e, ao mesmo tempo, não conseguiu tirar a marca que o Lula tinha”, pontua.
Ele aponta que, frente a uma eleição polarizada, existe uma dinâmica de estabilidade, onde ambos os candidatos estão mantendo a base de apoio que já possuíam. Bases essas construídas ao longo de muitos anos, o que dificulta a penetração dos adversários.
Foto – Veja quem são os candidatos à Presidência
- 1 de 11
O presidente Jair Bolsonaro (PL) participa de solenidade no Palácio do Planalto, em Brasília - 20/06/2022 • CLÁUDIO REIS/PHOTOPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
- 2 de 11
Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente, governou o país entre 2003 e 2010 e é o candidato do PT • Foto: Ricardo Stuckert
- 3 de 11
O candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) tenta chegar ao Palácio do Planalto pela quarta vez • FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
-
- 4 de 11
Simone Tebet cumpre o primeiro mandato como senadora por Mato Grosso do Sul e é a candidata do MDB à Presidência • Divulgação/Flickr Simone Tebet
- 5 de 11
Felipe d'Avila, candidato do partido Novo, entra pela primeira vez na corrida pela Presidência • ROBERTO CASIMIRO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
- 6 de 11
José Maria Eymael (DC) já concorreu nas eleições presidenciais em 1998, 2006, 2010, 2014 e 2018, sempre pelo mesmo partido • Marcello Casal Jr/Agência Bras
-
- 7 de 11
Vera Lúcia volta a ser candidata à Presidência da República pelo PSTU. Ela já concorreu em 2018 • Romerito Pontes/Divulgação
- 8 de 11
Leonardo Péricles, do Unidade Popular (UP), se candidata pela primeira vez a presidente • Manuelle Coelho/Divulgação/14.nov.2021
- 9 de 11
Sofia Manzano (PCB) é candidata à Presidência da República nas eleições de 2022 • Pedro Afonso de Paula/Divulgação
-
- 10 de 11
Senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS), candidata à Presidência da República - 02/08/2022 • ALOISIO MAURICIO/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
- 11 de 11
Padre Kelmon (PTB) assumiu a candidatura à Presidência após o TSE indeferir o registro de Roberto Jefferson (PTB) • Reprodução Facebook