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    Bolsonaro: Ramagem é “um cara fantástico” e caso Abin é “narrativa”

    Ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência foi alvo da Operação Vigilância Aproximada da Policia Federal (PF) na última quinta-feira (25)

    Douglas Portoda CNN , São Paulo

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse, neste domingo (28), que o ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência Alexandre Ramagem é “um cara fantástico” e chamou de “narrativa” a questão de uma “Abin paralela”. A fala aconteceu durante a “Super Live” do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

    Ramagem, atualmente deputado federal pelo PL do Rio de Janeiro, foi um dos alvos da Operação Vigilância Aproximada da Policia Federal (PF) na última quinta-feira (25), que investiga suspeitos de usar o software FirstMile para espionar autoridades.

    “Essa nova narrativa agora, ‘Abin paralela do Bolsonaro’. Essa acusação em cima do delegado Ramagem, um cara fantástico”, expressou Bolsonaro.

    “‘Abin paralela’ porque o Bolsonaro admitiu. Aquela tal da sessão secreta, que o Supremo disse: ‘Tem que divulgar’, era uma reunião com ministros. E porque nós resolvemos divulgar, teve a decisão do Supremo, tudo bem. Mas tinha acusação de que ali estava a prova de que eu interferia na PF. E não estava a prova ali”, prosseguiu.

    Bolsonaro fez referência à reunião ministerial divulgada em abril de 2020, quando afirmou que não recebia informações dos órgãos do governo.

    Monitoramento ilegal pela Abin

    Segundo a Policia Federal, houve a tentativa da Abin de associar os ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), à organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) durante a gestão do parlamentar, que aconteceu entre 2019 e 2022.

    Além dos ministros do Supremo, um jantar na casa do ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia teria sido alvo do monitoramento ilegal promovido pela Abin. O senador Ciro Nogueria (PP-PI) estaria persente na ocaisão.

    “Isso [a espionagem] estava na cara. No dia eles vazaram isso. Mas como o Ciro Nogueira estava no jantar, desmentiu que havia algum assunto do governo”, disse Maia à CNN.

    Sobre o caso do ex-presidente da Câmara, Bolsonaro disse que o equipamento da Abin não grava nenhum telefone e que não há o registro de precisão exata de localização.

    “Conversa vazou. Viu equipamento da Abin, que não grava telefone de ninguém? Ué, se vazou, foi eles (sic). O equipamento da Abin que faz o levantamento geográfico, a precisão é de 100 metros. Outra, pra que precisa saber se o senhor Gilmar Mendes estava reunido com o Ciro [Nogueira]?. Até porque não dizia isso. Podia dar o Gilmar Mendes aqui, o Ciro a 50 metros. E o Maia a 100 metros”, expressou Bolsonaro.

    A CNN entrou em contato com Rodrigo Maia, Ciro Nogueira e Gilmar Mendes e aguarda retorno.

    De acordo com Bolsonaro, sua “inteligência” seria as ligações que fazia para militares e aliados espalhados pelo Brasil questionando fatos que aconteceram.

    Entenda o caso

    O jantar supostamente monitorado na casa do ex-presidente da Câmara ocorreu no mesmo dia em que o ex-presidente Bolsonaro participou de um protesto diante de um quartel do Exército em Brasília, onde manifestantes pediram intervenção militar, o fechamento do Congresso e do STF.

    Na ocasião, Bolsonaro fez um pronunciamento aos seus partidários no local, transmitido em uma live no Facebook, na qual pediu que a população “faça tudo o que for necessário para o país ter o lugar de destaque que merece.”

    “Eu tô aqui porque acredito em vocês. Vocês tão aqui porque acreditam no Brasil. Não vamos negociar nada”, disse Bolsonaro.

    “Todos, sem exceção, têm que ser patriotas e acreditar e fazer sua parte para que possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece. O povo no poder. Fazer tudo que for necessário.”

    Os manifestantes gritavam “Mito”, “Fora, Maia” e “AI-5”, em referência ao ato institucional que ampliou os poderes da ditadura militar brasileira em 1968. Havia também pedidos de fechamento do Congresso e do STF. A polícia do Exército apenas observou a manifestação.

    O advogado Fábio Wajngarten, que defende e assessora Bolsonaro, disse à CNN que o ex-presidente nega “qualquer ilação” que ligue o nome dele às supostas espionagem promovidas pela Abin.

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