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    Bolsonaro questiona lotação de UTIs no Brasil: ‘Parece que só morre de Covid’

    As declarações do presidente ocorrem em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19 no Brasil

    Daniel Fernandes, da CNN, em São Paulo

    Em meio ao colapso da rede de saúde nacional, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) questionou o motivo da lotação das UTIs em todo o país durante conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, nesta quinta-feira (18), e afirmou que “parece que só morre de Covid” no Brasil. 

    Ao falar com seus apoiadores, Bolsonaro disse que um tio seu morreu no mês passado e um homem, então, o questionou se a causa era o novo coronavírus. Na sequência, o presidente alega que fez o comentário de propósito.

    “Tá vendo, olha só, eu fiz aqui hipotética. Qual é a pergunta dele? Um eu sabia que ia cair… Morreu de Covid. Parece que só morre de Covid. Você pega aí, pode ver, os hospitais tão com 90% da UTI ocupada. O que a gente precisa fazer? (Saber) Quantos são de Covid e quantos são de outras enfermidades”, disse o presidente.

    Bolsonaro também disse que nenhum país do mundo está lidando bem com a Covid-19 e que as críticas que ele recebe são de pessoas que querem derrubar o presidente.

    “A gente pergunta aí: ‘qual país do mundo tá tratando bem a questão do Covid?’ Todo local tá morrendo gente. Agora aqui virou uma guerra contra o presidente”, afirmou Bolsonaro.

    “Acho que um dos raros países do mundo onde querem derrubar o presidente é aqui. Eles não apresentam soluções. Quando eu digo ‘me apresente um país onde está dando certo o combate à Covid’, não tem. Esses caras que querem me derrubar, o que fariam no meu lugar? ‘Comprar vacina’. Onde é que tem vacina para vender?”, complementou.

    Momento crítico da pandemia

    As declarações de Jair Bolsonaro ocorrem em meio ao agravamento da pandemia de Covid-19 no Brasil. Nesta quarta-feira (17), o país registrou mais 90.303 casos da doença, o maior aumento diário desde o início da pandemia

    No mesmo dia, mais 2.648 mortes foram contabilizadas, totalizando 284.775 no país, e, pela primeira vez, a média móvel de mortes ultrapassou a casa dos 2.000.

    O índice de mortes decorrentes da doença no país vem batendo recordes há 22 dias consecutivos e ficou em 2.017 nos últimos sete dias. 

    Enquanto aumentam os casos e as mortes pela doença no país, o Brasil vive também uma situação alarmante em seus hospitais. Apenas três dos 26 estados têm menos de 80% de ocupação dos leitos de UTI e, em quatro estados – Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rondônia – já não há mais nenhuma vaga disponível na rede pública.

    Enquanto isso, a vacinação caminha a passos lentos. De acordo com levantamento com os dados fornecidos pelos estados, até o momento, 10.787.509 pessoas receberam a primeira dose do imunizante – o equivalente a pouco mais de 5% da população.