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    Bolsonaro: quem espera ‘xeque-mate’ com vídeo de reunião ‘vai cair do cavalo’

    Presidente disse concordar com publicação de trechos da gravação que sejam pertinentes à investigação sobre interferência na Polícia Federal

    O presidente Jair Bolsonaro durante sua live semanal
    O presidente Jair Bolsonaro durante sua live semanal Foto: Reprodução/Facebook (14.mai.2020)

    Da CNN, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse nesta quinta-feira (14) que quem espera que o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril seja um “xeque-mate”, vai “cair do cavalo”. O presidente defendeu a divulgação de trechos da gravação, mas afirmou que a divulgação na íntegra poderia colocar em risco o país e as relações com parceiros comerciais.

    Durante sua live semanal, Bolsonaro disse contar com a sensibilidade do relator do caso, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Celso de Mello, para evitar “liberar tudo”.

    Quase no mesmo horário da live, a AGU (Advocacia-Geral da União) enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) manifestação defendendo a divulgação de todas as falas de Bolsonaro na reunião, e inclusive mandou algumas declarações do presidente na ocasião.

    “Já tentei trocar gente da segurança nossa no Rio de Janeiro e não consegui. Isso acabou. Eu não vou esperar f. [palavrão] minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura”, disse o presidente.

    Leia também:

    AGU divulga falas de Bolsonaro em reunião ministerial de 22 de abril

    O presidente mostrou em seu celular as mensagens entre a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) e o ex-ministro Sergio Moro. Segundo Bolsonaro, a troca coloca uma “pá de cal sobre essa história de interferência na PF”.

    “Moro dá a entender que se cancelasse a exoneração de Valeixo, ele cancelaria a coletiva e não se falaria em interferência [na PF]”, declarou. 

    Mais cedo, a deputada já havia mostrado as mensagens à CNN e dito que defendia nomeações no STF antes mesmo de ser deputada, quando ainda era ativista.

    As mensagens trocadas entre a deputada Carla Zambelli e Sergio Moro
    As mensagens trocadas entre a deputada Carla Zambelli e Sergio Moro
    Foto: CNN (14.mai.2020)

    Auxílio emergencial

    Junto de Bolsonaro, estava o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães. Ele anunciou uma coletiva nesta sexta-feira (15) junto do ministro da Cidadania Onyx Lorenzoni para discutirem o auxílio emergencial.

    Segundo Guimarães, os dois darão mais detalhes durante o evento, mas o pagamento da segunda parcela dos R$ 600 começará na segunda (18).

    O econonomista anunciou também que contas digitais serão criadas para todos os beneficiários gratuitamente.

    Teich e a hidroxicloroquina

    O presidente disse que espera que o ministro da Saúde, Nelson Teich, anuncie nesta sexta-feira (15) uma mudança nos protocolos de administração da hidroxicloroquina, para pacientes com os primeiros sintomas da Covid-19. A diretriz atual diz que o medicamento só pode ser usado em casos graves.

    O presidente diz que não hesitaria em ministrar o remédio a sua mãe idosa, caso contraísse a doença. “Vamos partir para a cloroquina imediatamente, não tem que esperar”.

    Código de trânsito

    Bolsonaro também disse que discutiu nesta tarde com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um projeto de lei para alterar o Código Nacional de Trânsito.

    O presidente propõe que a validade da habilitação e a pontuação na carteira dobrem. “O pessoal me critica, mas quem trabalha no trânsito, 20 pontos em um ano vão rápido. Estamos passando para 40”, contou.

    A proposta também exclui a necessidade de fazer os exames médicos necessários para obter ou renovar a carteira em locais conveniados ao Detran. “Seu pai, primo, qualquer médico que assine vai valer”.

    Bolsonaro disse esperar que o projeto seja levado a plenário na próxima semana. Maia já declarou que a Câmara dará prioridade a pautas ligadas ao combate da pandemia de Covid-19. 

    Mais cedo, Maia adotou um tom conciliador ao falar sobre a reunião com Bolsonaro. Segundo Maia, ele e o presidente têm divergências a respeito do distanciamento social, mas isso não pode ser fator de conflito entre os poderes.