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    Bolsonaro nega que Kássio Nunes teria decidido não extraditar Battisti

    O presidente também lamentou críticas de apoiadores feitas ao escolhido

    O desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região
    O desembargador Kassio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Foto: Ramon Pereira/Ascom/TRF1

    Rudá Moreira, da CNN

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou a apoiadores, na manhã desta sexta-feira (2), ser “mentira” que o desembargador Kassio Nunes, indicado por ele oficialmente para substituir Celso de Mello no Supremo Tribunal Federal (STF), tenha emitido decisão para que o italiano Cesare Battisti não fosse extraditado do Brasil.

    “A política era privativa do presidente, Lula, ele que decidiu que ele ficasse no Brasil e o Supremo tinha decidido, em consequência, não pode um juiz de primeira ou segunda instância, modificar uma decisão do Supremo Tribunal Federal” argumentou Bolsonaro, defendendo Kassio Nunes. “Ele acompanhou o relator. Então, por causa disso, ele agora deu decisão pra ficar no Brasil? Mentira!?”

    Bolsonaro ainda lamentou as críticas que tem sofrido por causa do nome indicado por ele para ser o próximo ministro do STF, tanto por parte de autoridades que preferiam outra pessoa para o cargo (sem citar o nome), quanto por parte dos apoiadores nas redes sociais.

    “Ele [Kassio Nunes] vai pro Supremo. Agora, é uma covardia o que tão fazendo com ele (…) Ou vocês confiam em mim, ou não”, reforçou o presidente. “Culpar o juiz, desembargador, na época, como responsável por Battisti ter ficado no Brasil, é um covarde o cara que acusa que faz uma acusação dessa daí. (…) Esta autoridade do Rio de Janeiro queria que indicasse o dele.”

    As afirmações foram feitas no jardim do Palácio da Alvorada e divulgadas por um canal de apoio ao presidente na internet.

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    Vitória no STF

    Jair Bolsonaro também aproveitou a conversa informal com apoiadores no Alvorada para elogiar novamente a decisão do STF desta quinta-feira (1º). Por maioria de votos, o plenário decidiu autorizar a venda de subsidiárias da Petrobras, constituídas a partir do desmembramento da empresa matriz, sem o aval do Congresso Nacional.

    “Tivemos uma grande vitória ontem no Supremo Tribunal Federal, por 6 a 4. As refinarias elas podem ser privatizadas sem o aval do Congresso Nacional”, comemorou o presidente, que aproveitou para reclamar da demora dos congressistas em aprovar matérias. “Porque tudo que passa pelo Congresso – eu sei disso – demora uma eternidade.”

    Relação pacificada

    Bolsonaro afirmou ainda estar em paz com o ministro da Economia e com o presidente da Câmara dos Deputados, negando haver qualquer tipo de desgaste. “Eu não tenho problema com Rodrigo Maia, nem com Paulo Guedes. O que temos às vezes é desentendimento, um quer, Paulo Guedes quer uma coisa, eu não quero, isso é natural.”

    Sementes misteriosas

    Sobre as sementes de origem desconhecida, recebidos em pacotes com selos da China por brasileiros que não haviam feito as encomendas, Bolsonaro preferiu não comentar o assunto antes de uma posição oficial do Ministério da Agricultura. “Não sabemos qual que pode ser essa semente, né. Tá sendo investigado. Pode ser uma praga, pode”, afirmou o presidente. Nesta quinta (1º), a Embaixada da China no Brasil informou, em nota, que as sementes são artigos de envio proibido ou restrito para os países membros da União Postal Universal (UPU).