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    Bolsonaro: ‘Não pode cada governador tomar medida que achar melhor’

    Presidente disse que governo federal vai "uniformizar" as medidas de restrição adotadas em todo o país para evitar a disseminação do novo coronavírus

    Guilherme Venaglia , Da CNN Brasil, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (20) que o governo federal vai “uniformizar” as medidas de restrição adotadas em todo o país para evitar a disseminação do novo coronavírus. Segundo Bolsonaro, a articulação será comandada pelo ministro-chefe da Casa Civil, o general Walter Braga Netto.

    “Não pode cada governador tomar a medida que achar melhor”, disse. “Teve um estado do Brasil que só faltou o governador declarar independência do mesmo, fechando rodovias, fechando aeroportos, que não é de competência dele. Então, vamos uniformizar, porque a economia não pode parar”, argumentou.

    Entre as justificativas para a centralização administrativa, o governo federal menciona que a disseminação do coronavírus já está além das fronteiras dos estados e que há a necessidade de manter a produção e circulação normal de mercadorias, para evitar desabastecimento. Está fora do planejamento atual o fechamento das divisas entre estados.

    “O Brasil vai ter que entender que nós somos um todo, um continente e que estamos todos com transmissão sustentada. Essa divisão de estados é uma divisão administrativa, as pessoas moram nas cidades, e nós vamos centralizar e organizar essa situação de acordo com os cenários”, afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM). “Temos produtos são produzidos para combater a questão do coronavírus e precisam ser transportados”, corroborou o presidente Jair Bolsonaro.

    Divergência

    Nos últimos dias, o governo federal e os governos estaduais vem entrando em conflito pelas medidas adotadas para conter a propagação do novo coronavírus. Em transmissão ao vivo na quinta (19), o presidente Jair Bolsonaro afirmou que as restrições adotadas são excessivas e podem provocar danos à economia brasileira.

    “Algumas autoridades estaduais estão tomando medidas. Tem gente que critica, tem elogio também, mas eu deixo claro remédio quando é excessivo pode fazer mal ao paciente. Uns querem fechar supermercado, outros querem fechar aeroporto, outros querem impor barreira na entrada dos estados. A economia tem que funcionar, porque caso contrário as pessoas vão ficar em casa e não vão ter o que se alimentar”, disse o presidente.

    Segundo o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), ele e os outros governadores estão fazendo “aquilo que ele [Bolsonaro] não faz”. “Nós estamos nos reunindo com as autoridades e tomando as atitudes necessárias. Nós estamos fazendo o que ele deveria fazer como líder do país, mas não faz”, afirmou. 

    Em entrevista à CNN Brasil, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em Sao Paulo, David Uip, disse que o governador tem seguido rigorosamente as ações do grupo. “Não tem discussao política, é uma discussão científica”, explicou.

    Saúde do presidete

    O presidente Jair Bolsonaro afirmou que pode se submeter a um terceiro teste para identificar o novo coronavírus, mas apenas caso seja orientado a isso pelo médico da Presidência ou pelo ministro da Saúde.

    Os dois primeiros exames, segundo Bolsonaro, testaram negativo. Questionado se divulgaria os resultados, o presidente afirmou que “é uma pessoa especial pela posição que ocupo”. Jair Bolsonaro ironizou a possibilidade de ser infectado pela COVID-19: “Depois da facada, não vai ser uma gripezinha que vai me derrubar”.

    “Teste de maturidade”

    O ministro Luiz Henrique Mandetta disse enxergar este final de semana como um “teste de maturidade” para a população brasileira. 

    Mandetta afirmou que, em finais de semana recentes, observou imagens de praias lotadas, sem o cuidado para evitar aglomerações. Disse esperar que a situação se altere nos próximos dois dias. “As pessoas estão gradativamente entendo e colaborando”, afirmou.

    Quarentena obrigatória

    O ministro da Saúde também afirmou que não está descartada a quarentena obrigatória, como a que foi decretada na Argentina pelo presidente do país, Alberto Fernández. 

    “Estamos trabalhando com todos os necessários, não tem nenhuma ferramenta que a gente não cogite. A diferença é que o Brasil é um continente, é a própria América do Sul. Não somos um país pequeno. Temos situações diferentes na Amazônia, no Mato Grosso do Sul, no Rio Grande do Sul e uma logística toda única”, disse Mandetta.

    Medidas econômicas

    Carlos da Costa, secretário de Produtividade e Emprego do Ministério da Economia, fez um panorama das medidas que o governo afirma estar tomado para mitigar os impactos econômicos da pandemia da COVID-19.

    Costa afirmou que a União está se concentrando em dar “fôlego” às empresas com ajuda para o fluxo de caixa e simplificando burocracias e legislações trabalhistas para evitar o desemprego e o desabastecimento. 

    “Precisamos que os nossos trabalhadores, em número adequado, cheguem ao ambiente de trabalho, que o local de trabalho seja preparado para evitar o contágio. E assim, medicamentos, bebida, água, eletricidade, seja preservado”. 

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