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    Eleições 2022

    Bolsonaro mira eleitor pobre; Lula reafirma compromisso com regime fiscal

    Candidatos estão enfrentando dificuldades diferentes em mesmo tema na campanha: a economia

    Matheus MeirellesAnna Gabriela Costada CNN , em Brasília e em São Paulo

    Os dois candidatos que disputam o segundo turno para o cargo de presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), estão enfrentando dificuldades diferentes em mesmo tema na campanha: a economia.

    Buscando conquistar o voto do eleitorado de baixa renda, o presidente Jair Bolsonaro anunciou, nessa quinta-feira (6), que a Caixa Econômica vai lançar um programa de perdão de dívidas para quem tem débitos com o banco.

    O programa, contudo, existe desde 2019 e permite a quitação de dívidas com atrasos acima de 360 dias com descontos que variam de 40 a 90%.

    O anúncio veio após Lula abraçar a proposta da campanha de Ciro Gomes de zerar as dívidas do SPC. A incorporação da proposta foi uma das condições para que o PDT apoiasse Lula no segundo turno.

    E em meio à campanha eleitoral, o governo bloqueou R$ 2,4 bilhões do orçamento do Ministério da Educação deste ano. Segundo o documento encaminhado para as universidades, os bloqueios recaem no orçamento discricionário e emendas parlamentares, inclusive as de relator, que compõem o chamado orçamento secreto.

    Em reunião com parlamentares que apoiam sua reeleição, Bolsonaro voltou a defender a taxação de lucros e dividendos no país para bancar a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600,00 e também custear a parcela do 13° do benefício prometida por ele em campanha.

    E enquanto Bolsonaro mira a parcela mais pobre da população, Lula busca formas de convencer o mercado a respeito da viabilidade fiscal de um eventual terceiro mandato.

    A coordenação da campanha petista divulgou uma nota em que reafirma o compromisso com a “construção de um novo regime fiscal com credibilidade, previsibilidade e sustentabilidade”.

    O texto também promete revogar o atual teto de gastos e criar uma nova regra em conjunto com o congresso nacional.

    Além disso, o candidato do PT quer usar o apoio recém-adquirido da senadora Simone Tebet para diminuir a resistência do agronegócio à sua campanha.

    No primeiro turno, Bolsonaro venceu nos estados que são referência em agropecuária, como Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Contudo, Tebet circula bem entre representantes da agropecuária e agroindústria nesses locais, e é com isso que o PT conta.

    “Enquanto Lula pode projetar, Bolsonaro é cobrado no dia seguinte”

    Em entrevista à CNN, nesta quinta-feira (6), o cientista político e professora da Insper Carlos Melo falou sobre as estratégias de campanhas de ambos candidatos.

    Para o professor, Lula está em uma situação mais confortável por ser a oposição, enquanto Bolsonaro, por ser presidente, é mais cobrado.

    “Enquanto Lula pode projetar, Bolsonaro é cobrado no dia seguinte, essa é a diferença. Independente do timing, a situação do Lula, por ser oposição, é mais confortável nesse aspecto”, disse Melo.

    “Ambiguidade é da natureza da política, a principal característica do líder politico é o timing. Lula está sendo pressionado e o timing da decisão está muito próximo. Bolsonaro tem um problema muito sério…esse corte na educação vai ter consequência em termos politicos”, acrescentou o professor.

    Carlos Melo
    Carlos Melo, cientista político, em entrevista à CNN / CNN

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