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    Bolsonaro em encontro com Putin: “Somos solidários à Rússia”

    Declaração do presidente brasileiro foi feita no momento em que ele se encontrou com líder russo, que passa por crise com Ucrânia e Otan

    Giovanna Galvanida CNN*

    em São Paulo

    O início do encontro do presidente Jair Bolsonaro (PL) com Vladimir Putin, líder russo, nesta quarta-feira (16) em Moscou, contou com uma demonstração de “solidariedade” do presidente brasileiro com Putin, que está no meio de uma crise com a Ucrânia e com países-membros da Otan.

    Logo ao se encontrar com Putin, Bolsonaro afirmou que o Brasil era “solidário à Rússia” e que ambos países tinham “muito no que colaborar”, citando temas de defesa, agricultura e petróleo e gás. As declarações foram feitas antes da coletiva de imprensa final entre os dois líderes, na qual Bolsonaro disse pregar a paz e respeitar “quem age desta maneira”.

    A viagem de Bolsonaro à Rússia acontece em um momento de elevada tensão entre Moscou e o Ocidente por causa do acúmulo de tropas russas na região de fronteira com a Ucrânia. O encontro estava previsto antes da escalada da crise geopolítica.

    “Tenho certeza que até mesmo essa passagem por aqui dá um retrato para o mundo que nós podemos crescer muito com nossas relações bilaterais”, completou o presidente brasileiro, que também agradeceu a Putin pelo indulto concedido a Robson Oliveira – motorista do jogador brasileiro Fernando Martins que foi detido na Rússia após transportar um medicamento ilegal no país, mas legal no Brasil.

    Para o analista de Internacional da CNN, Lourival Sant’Anna, a declaração do presidente Bolsonaro refere-se à atual situação da Rússia no cenário internacional. “O mundo inteiro vai ler essa solidariedade como um apoio do Brasil à invasão ou à intimidação militar à Ucrânia”, disse.

    O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou pela manhã (horário local russo) que a pauta do conflito “certamente” entraria na conversa de ambos, mas que a posição brasileira seria de buscar um caminho por meio de uma solução pacífica das conversas.

    Até então, a informação era que o governo brasileiro não trataria deste assunto, afirmou o enviado da CNN à Rússia, Mathias Brotero.

    A mobilização militar levou países da aliança militar ocidental (Organização do Tratado do Atlântico Norte, Otan), como Estados Unidos e Reino Unido, a apontarem a possibilidade de uma invasão iminente da Rússia ao país vizinho, o que Moscou nega.

    A Rússia se opõe à expansão da Otan para o leste e quer garantias de segurança do Ocidente, incluindo um veto à adesão da Ucrânia à Otan, proposta que é rejeitada por EUA e Reino Unido.

    Mais cedo, Bolsonaro colocou flores no Túmulo do Soldado Desconhecido em Moscou. O presidente também participará nesta quarta de encontro com empresários. Após a visita à Rússia, Bolsonaro irá à Hungria antes de retornar ao Brasil no final desta semana.

    *Com informações da Reuters