Bolsonaro e Lula criticam gestão da Petrobras sobre combustíveis

O presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os pré-candidatos mais bem posicionados nas pesquisas de intenções de votos, criticaram nesta quarta-feira (8) a gestão da Petrobras, diante da alta dos combustíveis e das estratégias do governo para aliviar o bolso dos consumidores.

Bolsonaro, apesar das críticas, disse que não pretende interferir na política de preços da estatal.
“Não vamos interferir na Petrobras, como o PT interferiu, lá atrás, no preço da gasolina. Não vamos interferir no preço da energia elétrica, como a Dilma interferiu”, disse o presidente, em almoço com empresários no Rio de Janeiro.

Bolsonaro afirmou que ainda não há um “entendimento” com a Petrobras. Segundo ele, a estatal insiste em não baixar sua margem de lucro.

“Nós devemos colaborar em um momento difícil como este. Infelizmente, não temos um entendimento com a Petrobras. As grandes petrolíferas baixaram a sua margem de lucro. Aqui, se faz o contrário.”
No evento, Bolsonaro voltou a dizer que o governo pretende zerar o PIS-Cofins sobre a gasolina e o etanol. O presidente ainda citou o projeto aprovado na Câmara que limita a alíquota do ICMS sobre combustíveis a 17%. O texto ainda precisa passar pelo Senado.

Já Lula, em entrevista à rádio Itatiaia, de Minas Gerais, afirmou nesta quarta que, se Bolsonaro tivesse “coragem”, acabaria com a paridade internacional de preços da Petrobras em “uma canetada”.
Segundo o petista, a regra foi implementada pelo ex-presidente da estatal Pedro Parente também “em uma canetada”.

“O aumento da gasolina (alinhado) ao preço internacional não foi feito com uma votação no Congresso. Foi uma canetada do (ex-presidente da Petrobras) Pedro Parente. Portanto, se para aumentar o preço do combustível e transformar em preço internacional foi numa canetada, para você tirar também pode ser numa canetada. O presidente, se tivesse coragem, se não fosse um fanfarrão, um embusteiro, já teria feito isso”, disse Lula.

Na avaliação de Lula, ao propor essas medidas, Bolsonaro busca culpar os governadores pela alta nos preços dos combustíveis, além de prejudicar o orçamento dos municípios e os investimentos em saúde e educação.

“Toda essa briga em torno do ICMS não vai resultar na bomba nem no botijão de gás”, disse o petista.
Lula ainda defendeu que o Brasil aumente sua capacidade de refinar petróleo, para se tornar de fato autossuficiente.

“O Brasil hoje está refinando apenas 80% do combustível que nós precisamos. É preciso que a gente faça mais refinarias para que o Brasil seja efetivamente autossuficiente, para que a gente não precise pagar gasolina a preço internacional.”

Debate

A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

*Publicado por Renan Porto