Bolsonaro diz que postagem acidental ocorreu por “clicar duas vezes na opção compartilhar” e que enviará vídeo “ilustrativo de procedimento”
A CNN teve acesso à íntegra do depoimento de Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal (PF) na quarta-feira (26)
A CNN teve acesso à íntegra do depoimento de Jair Bolsonaro (PL) à Polícia Federal (PF), no qual o ex-presidente afirmou que compartilhou uma postagem que questionava o resultado das eleições de forma acidental após “clicar duas vezes na opção compartilhar” no Facebook.
Segundo Bolsonaro, ele tinha a intenção de encaminhar a postagem para seu WhatsApp pessoal, a fim de assistir depois, mas ao clicar no botão de “compartilhar”, um menu de opções foi aberto. Clicando duas vezes no botão, a postagem foi compartilhada sem querer em seu próprio perfil.
Ele ainda disse que pretende enviar um “vídeo ilustrativo do procedimento de compartilhamento”, e que não tem o costume de repostar vídeos de pessoas desconhecidas.
“[Jair Bolsonaro respondeu:] QUE tem o costume de encaminhar todas as postagens que lhe interessam para o seu WHATSAPP particular para posterior visualização; QUE, para encaminhar para o WHATSAPP, precisa acionar a opção compartilhar; QUE, ao acionar a opção compartilhar, é aberto um menu de opções de ícones de diferentes aplicativos (Instagram, Whatsapp, E-mail, SMS e FACEBOOK); QUE, todavia, ao clicar duas vezes na opção compartilhar, o vídeo passa a constar nas postagens da sua própria página no FACEBOOK; QUE o declarante apresentará vídeo ilustrativo do procedimento de compartilhamento; QUE este vídeo foi postado sem seu real interesse em publicá-lo; QUE o declarante não tem o hábito de repostar vídeos de pessoas desconhecidas”, diz trecho do depoimento.
Leia a íntegra do depoimento de Bolsonaro aqui.
Depoimento de Bolsonaro à PF
Bolsonaro prestou depoimento por mais de duas horas, nesta quarta-feira (26), sobre os atos criminosos do dia 8 de janeiro durante ataque aos Três Poderes em Brasília.
Principalmente, por uma postagem no dia 10 de janeiro, dois dias após os atos, na qual questionava, mais uma vez, as urnas eletrônicas e o resultado eleitoral, mas foi apagada logo em seguida.
Segundo a PF, os “instigadores” são aqueles que, de alguma forma, alimentaram e instigaram ações de quem não aceitava o resultado das urnas, o que culminou nos atos antidemocráticos.
Bolsonaro passou a ser investigado formalmente nesta categoria após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Esta foi a segunda vez que Bolsonaro será ouvido pela PF desde que deixou o governo. A primeira vez foi no dia 5 de abril, mas referente ao caso das joias trazidas da Arábia Saudita.
*Publicado por Fernanda Pinotti