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    Bolsonaro: divulgação de números da Covid-19 às 22h busca ‘dados consolidados’

    Bolsonaro também disse que o Brasil pode seguir os EUA e sair da OMS (Organização Mundial da Saúde), acusando a entidade de trabalhar com "ideologia"

    Guilherme Venaglia, da CNN em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou nesta sexta-feira (5) a jornalistas em Brasília que a divulgação dos dados de casos e mortes por Covid-19 no Brasil às 22h busca “dados consolidados”.

    O boletim do Ministério da Saúde desta sexta foi divulgado às 21h41. O Ministério da Saúde confirmou 1.005 mortes decorrentes da Covid-19 no país. Foram registrados nas últimas 24 horas um total de 30.830 casos confirmados da doença do novo coronavírus. No total, o Brasil tem 35.026 mortes decorrentes da Covid-19 e 645.771 diagnósticos.

    Aos jornalistas no Palácio da Alvorada nesta noite, o presidente disse que “não interessa” saber de onde partiu a ordem para a mudança no horário de divulgação. “Olha, não interessa de quem partiu. Acho que é justo sair dez da noite. Sair o dado completamente consolidado”, afirmou.

    Bolsonaro também citou reportagens publicadas na imprensa a respeito dos números da pandemia do novo coronavírus no país e disse que, “se ficar pronto” antes, o levantamento pode ser divulgado, mas que “ninguém deve correr” para apresentar os dados a tempo de que estes sejam registrados em jornais de veículos de imprensa.

    Hoje, pelo terceiro dia consecutivo, o boletim diário do Ministério da Saúde saiu por volta das 22h, e não ao redor das 19h como vinha ocorrendo nas últimas semanas. A pasta disse em nota hoje que “analisa e consolida os dados, sendo que em alguns casos há necessidade de checagem junto aos gestores locais”.

    Pela primeira vez desde o início da pandemia, o Ministério da Saúde não informou oficialmente os números totais de casos e mortes relacionadas à doença no país. O site Coronavírus Brasil, criado pela pasta para disponibilizar as estatísticas da Covid-19, exibe a mensagem “portal em manutenção”.

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    Bolsonaro também defendeu a divulgação apenas dos mortos ocorridos no dia e não daqueles que foram confirmados na data, como é a atual praxe do ministério. Informações do próprio governo federal apontam que mortes chegam a ser identificadas como Covid-19 às vezes mais de um mês depois, sendo que a divisão de óbitos em um determinado dia vai crescendo ao longo das semanas, conforme novos casos vão sendo conhecidos.

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    As informações que foram divulgadas às 22h nos últimos dois dias eram datadas das 19h. No início da pandemia, na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM), essa divulgação era feita às 17h.

    OMS

    Questionado mais de uma vez, Bolsonaro não comentou as afirmações feitas nesta sexta-feira pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que criticou a condução do combate à pandemia no Brasil e na Suécia.

    Além de mandar cumprimentos a Trump, um dos seus principais aliados políticos internacionais, Bolsonaro afirmou que o Brasil pode seguir os EUA e também se movimentar para deixar a Organização Mundial da Saúde (OMS), que acusa de agir de forma ideológica.

    “Ou a OMS realmente deixa de ser uma organização política, até partidária pode-se dizer, ou nós estudamos sair de lá”, disse Bolsonaro. 

    Ouça o podcast:

    E Tem Mais: as consequências da saída dos EUA da OMS em meio à pandemia

    Os testes com a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19 foram suspensos pela OMS após um estudo da revista médica The Lancet relatar um aumento na taxa de mortalidade entre os pacientes que utilizaram o medicamento. O estudo também afirmou que os infectados tratados com hidroxicloroquina possuem maior probabilidade de desenvolver arritmias cardíacas. Essa pesquisa, no entanto, foi retirada diante de preocupações com a qualidade dos dados da pesquisa.

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