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    Bolsonaro e Michelle apresentam petição para ficar em silêncio e não depor sobre joias à PF

    Advogados alegam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não reconheceu a competência no Supremo Tribunal Federal neste caso

    Raquel Landimda CNN , em São Paulo

    A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro apresentou na manhã desta quinta-feira (31) uma petição para não depor no caso das joias.

    A CNN teve acesso ao documento no qual os advogados alegam que a Procuradoria-Geral da República (PGR) não reconheceu a competência no Supremo Tribunal Federal (STF) neste caso.

    “No pleno exercício de seus direitos e respeitando as garantias constitucionais que lhes são asseguradas, optam por adotar a prerrogativa do silêncio no tocante aos fatos ora apurados”, disse um trecho da petição.

    O documento ressalta ainda que Bolsonaro já depôs sobre o assunto no inquérito, que tramita em Guarulhos.

    “Os peticionários optam, a partir deste momento, por não prestar depoimento ou fornecer declarações adicionais até que estejam diante de um Juiz Natural competente”, segue o documento.

    Aliados de Bolsonaro também questionam competência e ficam em silêncio

    Além de Jair Bolsonaro (PL), seus aliados mais próximos também ficaram em silêncio em depoimento à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (31).

    O ex-assessor de Bolsonaro Marcelo Câmara e o ex-secretário de Comunicação Fábio Wajngarten também permaneceram em silêncio.

    Veja também: Caso das joias: o que PF pode perguntar a Mauro Cid e seu pai em depoimento

    A defesa dos depoentes questiona a competência do Supremo Tribunal Federal (STF) em ser relator do caso que tramita na sede da Polícia Federal em Brasília, e quer que o caso seja remetido para a 6ª Vara da Justiça Federal em Guarulhos.

    “Termos em que, reiterando-se que o Peticionário permanece inteiramente à disposição para prestar eventuais esclarecimentos — desde que sejam observadas as regras de competência”, disse o advogado Eduardo Kuntz em petição ao delegado da PF.

    À CNN, Kuntz declarou que não se trata de silêncio, que os depoentes “estão à disposição para dar todo e qualquer esclarecimento para quem for competente”.

    O advogado Kuntz também representou Wajngarten, por ser do Conselho de Prerrogativas da OAB e o ex-assessor de Bolsonaro ser da Ordem.

    PF marca depoimentos simultâneos sobre o caso das joias

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e uma série de aliados prestaram depoimentos simultâneos à Polícia Federal (PF).

    Bolsonaro e Michelle chegaram à sede da Polícia Federal (PF), em Brasília, por volta das 10h50.

    Também prestaram depoimento:

    • Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação da Presidência da República e advogado de Jair Bolsonaro
    • Tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro
    • General Mauro Lourena Cid, pai de Mauro Cid
    • Frederick Wassef, advogado de Jair Bolsonaro
    • Tenente Osmar Crivelatti, ex-assessor da Presidência da República
    • Coronel Marcelo Câmara, ex-assessor da Presidência da República

    A concomitância tem o objetivo de evitar que os depoentes combinem versões para os questionamentos dos policiais.

    A PF quer saber de onde partiu a ideia para vender as joias e relógios recebidos de presente da Arábia Saudita, para quem foram vendidos, e como foi o processo de recompra e retorno de alguns itens para o Brasil.

    Além disso, nem todas as peças teriam sido encontradas até agora, como um relógio Patek Philippe fotografado por Mauro Cid.

    Em outra investigação, em abril, a PF adotou o mesmo método de depoimentos simultâneos ao ouvir um grupo de nove militares que apareceram em imagens de dentro do Palácio do Planalto, no dia dos ataques de 8 de janeiro.

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