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    Eleições 2022

    Bolsonaro acusa Fachin de ter colocado Lula para fora da cadeia para ser presidente

    Ministro do STF anulou condenações contra o petista; presidente também faz novas críticas a Alexandre de Moraes

    Douglas PortoEduardo Hahonda CNN , em São Paulo e Brasília

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) acusou, nesta sexta-feira (27), o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de anular as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para que ele retorne ao Palácio do Planalto.

    “A gente sabe a vida pregressa dele [Fachin], foi um militante de esquerda, advogado do MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra], isso é verdade, não fake news. Temos até vídeo dele falando isso. E ele colocou o Lula para fora. Agora, colocou para fora só para vê-lo livre? Porque, segundo o STF, o Lula é elegível. Então ele disputa as eleições”, afirmou Bolsonaro.

    “O que a gente entende do lado de cá é que ninguém vai botar o cara para fora com condenações grandes em três instâncias, para ficar passeando por aí com sua namorada, noiva, e agora sua jovem esposa. Colocou para fora, no meu entendimento, para ser o presidente da República. E deixo claro: quem é atualmente o presidente do TSE? O senhor Edson Fachin”, continuou.

    O ex-juiz Sergio Moro foi o responsável pela sentença que condenou Lula, em 2017, a 9 anos e 6 meses de prisão, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, relativo ao processo que investigou a compra e reforma de um apartamento tríplex no Guarujá (SP).

    Entretanto, a determinação foi anulada por Fachin, compreendendo em seu parecer que os casos não deveriam ter tramitado na Justiça Federal do Paraná, responsável por julgamentos da operação Lava Jato. A decisão foi acatada pelo plenário da Suprema Corte, em abril do ano passado, por 8 votos a 3. O ex-juiz também foi considerado parcial no caso por 7 votos a 4.

    Críticas a Alexandre de Moraes

    Jair Bolsonaro alegou que virou alvo de um inquérito do STF, relatado pelo ministro Alexandre de Moraes, apenas por ler uma notícia. O presidente se referia a uma fala feita em 3 de dezembro do ano passado, em que faz uma associação sobre a vacina contra Covid-19 com o risco de contrair o vírus HIV e desenvolver Aids.

    “Até eu como presidente, ao ler matérias de jornais, quando aquela história da vacina e Aids, que foi da revista Exame, o nosso querido Alexandre de Moraes abriu inquérito contra mim. Fake News do Bolsonaro, quem toma vacina está propenso a contrair Aids. Não é matéria minha, eu li na revista Exame e, mesmo assim, estou sendo processado pelo senhor ministro Alexandre de Moraes”, proclamou.

    Ao ler uma reportagem sobre milícias digitais, com uma declaração de Moraes de que “os mais importantes vamos pegar”, o chefe do Executivo indica que é o alvo do magistrado e faz um pedido:

    “Eu queria que o senhor Alexandre de Moraes, respeitosamente, pegasse uma matéria, plantada no jornal, ou que circula na internet, e dizer que a matéria tem a ver com o deputado, com o presidente Bolsonaro. Mostrasse. E não falasse apenas que temos um gabinete de ódio.”

    “O que produz o gabinete do ódio? Me apresente, sr. Alexandre de Moraes, uma matéria do gabinete do ódio”, finaliza.

    A CNN entrou em contato com os ministros Edson Fachin e Alexandre de Moraes sobre as falas de Bolsonaro. Ambos disseram que não irão se manifestar.

    Debate

    CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.

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