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    Eleições 2022

    Bolsonaro acredita que Moraes acatará sugestões de militares ao TSE, dizem interlocutores do presidente

    A expectativa de que Moraes acate ao menos uma parte das sugestões dos militares também é compartilhada por ministros de tribunais superiores

    Thais Arbex

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) acredita que o ministro Alexandre Moraes, recém-empossado presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), vai acatar, mesmo que parcialmente, as sugestões das Forças Armadas para o sistema eletrônico de votação. É o que tem dito o presidente a interlocutores com os quais a CNN conversou.

    Hoje, são três os pedidos dos militares à Corte eleitoral: contagem paralela de votos, teste público de segurança da nova urna e teste de integridade nas seções eleitorais. A expectativa de Bolsonaro e seus aliados é a de que Moraes faça o gesto para distensionar o ambiente às vésperas das eleições presidenciais.

    Como mostrou o analista de política da CNN Caio Junqueira, Moraes marcou para a próxima terça-feira (23) uma reunião com o ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira. Segundo o âncora da CNN Kenzô Machida, Nogueira vai para a conversa em missão de paz. Pessoas próximas ao ministro dizem que a ideia, neste momento, é que haja “convergência e diálogo”.

    A expectativa de que Moraes acate ao menos uma parte das sugestões dos militares também é compartilhada por ministros de tribunais superiores.

    Magistrados do Supremo Tribunal Federal (STF) disseram à CNN, por exemplo, acreditar que há espaço para que o TSE realize os testes das urnas eletrônicas na seção eleitoral, no dia da votação, e com participação de eleitores por meio de biometria.

    Durante sua gestão na Corte Eleitoral, o ministro Edson Fachin admitiu, em diversas conversas, concordar com a sugestão, mas disse que seria inviável aplicá-la no pleito de 2022, por questões administrativas. Neste ano, o TSE ampliou de 100 para 600 o número de urnas testadas no dia da eleição.

    De acordo com Fachin, a contratação de equipes para acompanhar esse processo dependeria de licitação, o que poderia levar algum tempo.

    Nessa auditoria, feita no dia da votação, voluntários votam em papel, e os mesmos votos são digitados na urna. O processo é filmado e, ao final, é verificado se o boletim da urna bate com o que está no papel.

    A avaliação de aliados de Bolsonaro é a de que a sugestão pode ser acatada, mesmo que o teste não seja feito na totalidade das 600 urnas que serão auditadas neste ano.

    Ministros colegas de Moraes disseram à CNN acreditar que, pelo perfil habilidoso do novo presidente do TSE, o magistrado deve ter “guardado na manga” a possibilidade de aceitar ao menos parte dos pedidos dos militares para, além de distensionar o ambiente, também colocar um ponto final nesse assunto.