Barroso prorroga inquérito contra senador flagrado com dinheiro na cueca
Chico Rodrigues é investigado por suposto envolvimento em um esquema de desvios de recursos destinados ao combate à Covid-19
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), prorrogou por mais 60 dias as investigações contra o senador Chico Rodrigues (União Brasil-RR).
Em sua decisão, publicada nesta segunda-feira (20), Barroso também renovou o interrogatório do senador, investigado por suposto envolvimento em um esquema de desvios de recursos que seriam destinados ao combate da pandemia da Covid-19 em Roraima.
Em fevereiro deste ano, Barroso determinou que a defesa de Rodrigues se manifestasse sobre a necessidade de renovação do interrogatório dele, oportunidade em que os advogados do senador demonstraram interesse na repetição da inquirição.
No inquérito, o senador foi apontado como um “gestor paralelo” da Secretaria Estadual de Saúde.
A defesa de Rodrigues já pediu, em algumas oportunidades, o arquivamento do inquérito. O senador já negou ter cometido irregularidades e disse, em carta enviada aos colegas parlamentares, que, no caso do flagrante feito pela Polícia Federal (PF), agiu dominado “pelo pânico e pelo medo”.
O Ministério Público Federal (MPF), porém, manifestou-se pelo aprofundamento de alguns pontos da investigação. Um deles envolve a apuração sobre a aquisição de kits de teste rápido para detecção da Covid-19.
Para isso, o MPF pediu uma nova oitiva com Francisvaldo de Melo Paixão, que, à época dos fatos investigados, era servidor da Coordenação Geral de Urgência e Emergência da Secretaria de Saúde de Roraima.
No dia da operação da Polícia Federal contra os investigados nesse caso, em outubro de 2020, foram apreendidos R$ 33 mil na cueca do senador. Após o flagrante e a repercussão negativa do caso, Rodrigues foi afastado do mandato no Senado por 121 dias, tendo retomado as atividades em 2021.