Barroso diz que a defesa da liberdade é usada para buscar cliques
Sem citar Musk e o X, presidente do STF diz que “biombo da liberdade de expressão” esconde “negócios” que vivem de engajamento com “ódio e mentira”
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, disse, nesta sexta-feira (19), que as democracias ao redor do mundo vivem uma onda de “populismo institucional anticonstitucional e antipluralista” que elege o Judiciário como adversário e apontou o papel das redes sociais em uma “articulação global extremista de direita”.
“O que tem acontecido em muitas situações é que, por trás do biombo da liberdade de expressão, se esconde um modelo de negócios que vive do engajamento. E o ódio, a mentira, a desinformação e a agressividade trazem muito mais engajamento que a fala razoável, racional e moderada”, afirmou Barroso em evento no Rio de Janeiro.
As declarações de Barroso acontecem em meio a críticas do dono do X, antigo Twitter, Elon Musk, ao ministro do STF Alexandre de Moraes a respeito de decisões que pedem o bloqueio de contas na rede social comprada pelo empresário sul-africano.
Muitas vezes, se invoca a liberdade de expressão quando o que há é um interesse comercial de se obter mais cliques, mais acessos, mais engajamento, com a difusão do ódio.
Luís Roberto Barroso, presidente do STF
Em outro evento no Rio de Janeiro, mais cedo, Moraes – que, assim como Barroso, não citou diretamente o X – afirmou que “mercantilistas estrangeiros tratam o Brasil como colônia”. “O autoritarismo extremista de novos políticos volta a atacar a soberania do Brasil, volta a atacar a Justiça Eleitoral, com a união de irresponsáveis mercantilistas”, disse.