Barroso destaca riscos da inteligência artificial e diz que futuro da tecnologia é imprevisível
Presidente do STF abriu o segundo dia da reunião entre chefes das Cortes dos países do G20 no RJ, que discutiu desafios digitais
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta terça-feira (14) que a inteligência artificial (IA) é um tema que muitos juristas e outros profissionais estão estudando atualmente já que a velocidade das transformações causadas por ela é enorme.
“O futuro da Inteligência Artificial é imprevisível porque a velocidade da transformação é surpreendente. Esse estágio da IA não tem consciência, preocupação com o que é certo ou errado, não tem emoção, sentimentos, princípios, não tem senso comum, a inteligência artificial é inteiramente dependente da inteligência humana”, disse o ministro.
Barroso destacou que a Inteligência Artificial já é uma das tecnologias utilizadas pelos tribunais brasileiros para promover eficiência na rotina de profissionais, mas existem riscos nesse uso como a disseminação de notícias falsas. De acordo com o presidente da STF, é preciso discutir como usar e regular a IA para proteger a democracia.
“Muitas pessoas comparam o impacto da criação da IA com a da prensa móvel em 1455”, destacou o ministro.
Durante encontro com presidentes e representantes das Supremas Cortes e Tribunais Constitucionais dos países do G20 no Rio de Janeiro, Luís Roberto Barroso disse que o Brasil está investindo em um software para promover celeridade nas decisões do judiciário e “em breve, teremos a inteligência artificial escrevendo a primeira versão de sentenças”.
O evento no Rio de Janeiro, realizado durante a presidência brasileira do grupo, vai até esta terça-feira (14) na sede Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.