Baronovsky: Eleitores de Alckmin e Lula são como água e óleo, não se misturam
No quadro Liberdade de Opinião desta quinta-feira (16), Ricardo Baronovsky falou sobre possível união de rivais históricos para candidatura ao Planalto em 2022
No quadro Liberdade de Opinião desta quinta-feira (16), o comentarista Ricardo Baronovsky falou sobre a saída de Geraldo Alckmin, ex-governador do estado de São Paulo, do PSDB, após 33 anos no partido. A desfiliação foi confirmada na véspera pelas redes sociais e agitou o cenário político.
Alckmin não afirmou se irá se filiar a um novo partido, mas disse que deve anunciar seus próximos passos na carreira política “em breve”. Há dias, o agora ex-tucano vem sido especulado como um possível integrante em uma chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para as eleições de 2022. A dupla é aguardada para um evento da Força Sindical em Mongaguá, no litoral paulista, neste final de semana.
Para Baronovsky, a possível união de forças causa estranheza, já que Alckmin e Lula sempre tiveram “papeis antagonistas” no cenário político – os dois se enfrentaram no segundo turno das eleições presidenciais de 2006. “Algumas vozes isoladas diziam não ver muita diferença ideológica entre os candidatos. Agora a cortina cai e mostra que a linha de pensamento anda muito próxima”, disse.
O comentarista também destacou que Alckmin, apesar do histórico de três décadas no PSDB, preferiu deixar o partido que ajudou a fundar a se aliar ao atual governador de São Paulo, João Doria, que o sucedeu no Palácio dos Bandeirantes. Na sua visão, o ato demonstra um “racha” muito forte na sigla.
O cenário das eleições de 2022 também foi ponto de debate. Baronovsky disse ser cético quanto a aliança entre o ex-governador e o PT, acreditando que o eleitorado das duas partes deve ter dificuldade para aceitar um ao outro.
Segundo o professor, uma eventual escolha de Alckmin por Lula seria um aceno ao empresariado, mas poderia custar caro ao petista. “Será que os eleitores do Lula receberão bem o Alckmin? Será que os eleitores do Alckmin receberão bem o Lula?”, questionou.
“Parece água e óleo. Os dois não se misturam. Será um grande problema não só nas eleições, saber qual dos dois terá alinhamento político. Mas, uma vez eleitos, como fica a governabilidade do país? São dois candidatos que sempre degladiaram. Será que teremos união?”
O Liberdade de Opinião teve a participação de Thiago Anastácio e Ricardo Baronovsky. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.
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