Avaliação negativa do governo sobe durante pandemia, diz pesquisa CNT/MDA
Levantamento aponta que avaliação ruim ou péssima do governo subiu para 43,4% ante 31% em janeiro; desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro também piora
A desaprovação ao desempenho pessoal do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a avaliação negativa do governo registraram um salto em maio, mostrou pesquisa do instituto MDA para a Confederação Nacional dos Transportes (CNT) divulgada nesta terça-feira (12).
De acordo com o levantamento, a avaliação ruim ou péssima do governo subiu para 43,4%, ante 31% registrados em janeiro deste ano. O dado é também o maior em comparação com outros levantamentos do instituto feitos em 2019.
Já a avaliação positiva caiu para 32%, ante 34,5% em janeiro. A regular passou de 32,1% para 22,9% entre os dois últimos levantamentos – piores índices desde, pelo menos, agosto de 2019.
A desaprovação do desempenho pessoal de Bolsonaro também subiu de 47% para para 55,4%. Já a aprovação caiu de 47,8% em janeiro para 39,2% no início de maio.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas entre os dias 7 e 10 de maio, em 494 municípios de 25 estados e o Distrito Federal. A margem de erro da pesquisa é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos.
Outros aspectos
A pesquisa também aborda questões relacionadas à expectativa para os próximos seis meses, ao isolamento social, às eleições municipais, à saída do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro e as recentes manifestações contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Perguntados sobre a expectativa da situação dos empregos no Brasil, 15,1% disseram, em maio, que vai melhorar (eram 43,2% em janeiro), 68,1% disseram que vai piorar (conta 18,9% em janeiro) e 14,4% disseram que ficará igual (em janeiro, 35,4 deram essa resposta). A quantidade de quem não sabe ou não respondeu se manteve estável: 2,4% agora ante 2,5% no começo do ano.
Temas como renda mensal, saúde, educação e segurança pública também viram crescer a porcentagem de pessoas que esperam uma piora nos próximos seis meses.
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Sobre o isolamento social, 67,3% dos entrevistados opinaram que a medida deve ser praticada por todos, independentemente de ser ou não do grupo de risco. Por outro lado, 29,3% defenderam a aplicação apenas para pessoas em grupo de risco e 2,6% se mostraram totalmente contrários à iniciativa — 0,8% não soube ou não respondeu.
Quase dois terços dos entrevistados (62,5%) também se mostraram favoráveis ao adiamento das eleições municipais de 2020, marcadas para 4 e 25 de outubro, devido ao impacto do novo coronavírus. Já 30,4% dizem que a votação deve ser mantida nas datas previstas e 7,1% não sabe ou não respondeu.
Em relação à demissão de Moro, 39,7% disseram que isso tornará pior o cenário de combate à corrupção no Brasil, porcentagem praticamente igual aos que disseram que continuará como está (39,9%). Apenas 12% disseram que o cenário melhorará e 8,4% não souberam ou não responderam.
Por fim, a maioria também se mostrou contra a manifestações que pedem o fechamento do Congresso e do STF (51,8%), enquanto 28,8% defenderam os atos. Há ainda 10,8% dos entrevistados que se disseram nem a favor e nem contra e 8,6% que não souberam ou não responderam.
Com informações da Reuters