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    Ausência de mulheres e negros entre os primeiros escolhidos por Lula incomoda PT

    Partido havia alertado presidente eleito sobre importância da diversidade no primeiro anúncio para o alto escalão

    Julliana Lopesda CNN

    em Brasília

    A ausência de mulheres e pessoas negras no anúncio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os primeiros integrantes do governo, nesta sexta-feira (9), não foi bem vista por dirigentes do PT.

    Após a divulgação, dirigentes da legenda ouvidos pela reportagem avaliaram mal a escolha de Lula por não ter levado em consideração a diversidade de raça e gênero na primeira foto da nova gestão.

    Na última quinta-feira (8), em reunião fechada com o Diretório Nacional do PT, Lula comunicou ao partido sobre sua decisão de anunciar “de 4 a 5 nomes” antes da diplomação, marcada para o dia 12 de dezembro. Dias antes, questionado por jornalistas sobre os escolhidos, especialmente para o comando da Economia, o próprio petista defendeu a necessidade de ser diplomado antes da divulgação.

    Participantes do encontro relataram à reportagem, de forma reservada, que Lula foi bastante alertado sobre a necessidade de incluir mulheres e pessoas negras no primeiro anúncio. O argumento levou em consideração a necessidade de garantir, já de início, a construção de uma Esplanada mais diversa em gênero e raça, como foi prometido em campanha.

    Gleisi Hoffmann, que segundo o próprio Lula, não será ministra, foi a única mulher no palco durante o anúncio. E Flávio Dino, autodeclarado pardo, o único não branco. Durante a fala, Lula chegou a insinuar que Dino representava o respeito à diversidade dentro primeiro grupo confirmado. A frase incomodou lideranças petistas ligadas ao movimento negro e ouvidas pela reportagem.

    Ainda pela manhã, horas antes do anúncio oficial, integrantes da transição e dirigentes petistas estavam certos de que o anúncio poderia incluir mulheres, como Marina Silva, cotada para o comando do Meio Ambiente a partir de 2023.

    A ex-ministra tem participado de forma efetiva dos trabalhos da transição e é vista diariamente no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Na bolsa de apostas estava ainda a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, nome forte para o Ministério da Saúde.

    De forma reservada, aliados afirmaram que a decisão final sobre os anunciados foi tomada pelo próprio Lula. E garantiram que a composição mais diversa, prometida pelo PT, será contemplada no próximo anúncio. A expectativa é que o desenho final da estrutura do novo governo seja anunciado na próxima semana.