Atrás entre evangélicos, campanha de Lula cria redes direcionadas a esse público
Em discurso neste sábado (20) em São Paulo, petista criticou quem “faz da igreja um palanque político”
Em meio à ampliação da distância sobre os eleitores evangélicos, a campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou uma petição ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste sábado (20) em que pede à Corte a inclusão de novos endereços de redes sociais pertencentes ao candidato, todos direcionados ao eleitor evangélico. A informação foi revelada pelo jornal “Folha de S.Paulo” e confirmada pela CNN.
Na petição, a qual a CNN teve acesso, os advogados da campanha de Lula listam 12 endereços das redes sociais TikTok, Kwai, Twitter, Facebook e Instagram. Os perfis são nomeados com as expressões “Restitui Brasil” e “Evangélicos Com Lula”. A maioria deles ainda não têm publicações, tampouco seguidores, o que indica terem sido recém-criados.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18) mostrou que, nesse grupo religioso, Bolsonaro saltou de 43% para 49% das intenções de voto no último mês, enquanto o petista flutuou negativamente de 33% para 32%. Na quarta-feira (17), levantamento Genial/Quaest revelou a mesma tendência, com Bolsonaro abrindo 24 pontos entre os evangélicos frente a Lula.
Além dos perfis nas redes sociais, a campanha do petista também criou uma página na internet chamada “Restitui Brasil”, que reúne material da campanha de Lula dedicado aos fiéis evangélicos.
Na aba “Quem somos”, aparece a seguinte descrição: “Somos seguidores de Jesus Cristo de Nazaré, membros de diferentes igrejas, em diferentes Estados brasileiros. Pessoas preocupadas com o futuro da nação e que querem garantir que a miséria que assola o povo brasileiro acabe, e para isso apostam na eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, como alternativa imediata e urgente para frear os males que Bolsonaro tem imposto sobre este país”.
A página também tem seções intituladas “Quem são os verdadeiros inimigos das famílias brasileiras?”, onde estão elencadas a fome, o desemprego, o abuso infantil e a violência contra a mulher”; e “Conheça a verdade”, dedicada a desmentir fake news a respeito da relação de Lula com os evangélicos.
Procurada pela CNN, a assessoria da campanha de Lula afirmou que a criação dos perfis foi um pedido de evangélicos que apoiam o petista.
“Alguns setores evangélicos, tanto dos partidos da coligação quanto de fora dele, nos contataram com interesse em atuar junto a comunidades evangélicas na campanha, e para isso ser possível registramos esses sites e perfis no TSE”, disse a assessoria, por meio de nota.
Como mostrou a CNN nesta sexta-feira (19), a despeito da ampliação da vantagem do presidente Jair Bolsonaro (PL) entre os evangélicos, a cúpula de Lula traça uma estratégia para conquistar o eleitor do segmento —hoje, majoritariamente, declarando apoio ao mandatário do Palácio do Planalto.
Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18) mostrou que, nesse grupo religioso, Bolsonaro saltou de 43% para 49% das intenções de voto no último mês, enquanto o petista flutuou negativamente de 33% para 32%.
Integrantes da campanha de Lula disseram à CNN que a ordem interna é evitar o que tem sido chamado de “guerra santa”. A estratégia, afirmam, é tentar conquistar o eleitor evangélico discutindo “condição de vida”. Isso quer dizer que o PT pretende falar com os fiéis de temas como fome, desemprego, perda do poder de compra, saúde e educação.
Nesta toada, Lula afirmou neste sábado (20), em comício no vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo, que religião “está na moda”, mas que “as igrejas não têm que ter partido político, porque têm que cuidar da fé e da espiritualidade, não da candidatura de falsos profetas e fariseus. Falo isso com a tranquilidade de um homem que crê em Deus”, disse.
“Tem muita fake news religiosa correndo por esse mundo, tem demônio sendo chamado de Deus e tem gente honesta sendo chamada de demônio”, afirmou o ex-presidente.
Na sexta (19), Lula já havia dito que não fará sua campanha pautada por questões religiosas. “Questão religiosa não entrará na minha pauta política”, disse o petista.
“Não é a primeira campanha que eu disputo. Nunca utilizei religião na minha campanha. Quando o ser humano vai à igreja ele vai tratar da sua fé e sua espiritualidade, não vai para discutir política. Não participarei disso.”
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.
Fotos – Os candidatos a presidente em 2022
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