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    Atos pró-governo reúnem multidões em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília

    Após participar de desfile em Brasília, presidente Jair Bolsonaro (PL) foi ao encontro de seus apoiadores na capital fluminense

    CNN

    Após meses de mobilização para os eventos do 7 de Setembro, atos pró-governo levaram multidões às ruas de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, no dia em que se comemora 200 anos da Independência do Brasil.

    Na avenida Paulista, em São Paulo, uma multidão ocupou a rua com as cores da bandeira nacional. O presidente Jair Bolsonaro (PL) não passou por lá. Foi cogitada a exibição de um vídeo do mandatário, mas isso não ocorreu até o fim da tarde desta quarta.

    A estimativa do governo de São Paulo é de que 50.443 pessoas tenham participado do ato na avenida Paulista. O número foi obtido pela Secretaria de Segurança Pública com base em imagens aéreas, análise de mapas e georreferenciamento.

    A CNN procurou as Polícias Militares de São Paulo, Rio e do Distrito Federal, mas eles não divulgaram o número de participantes.

    No Rio de Janeiro, os apoiadores do presidente se concentram na orla de Copacabana. Bolsonaro, que participou do evento, esteve no palco ao lado do governador do Rio, Cláudio Castro (PL).

    O candidato à reeleição também participou de uma motociata pelas ruas cariocas, enquanto se dirigia à praia de Copacabana.

    Em discurso aos apoiadores reunidos no Rio de Janeiro, Bolsonaro fez menção ao seu principal adversário na disputa pela Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    “Compare o Brasil com os países da América do Sul. Compare com a Venezuela. Compare com o que está acontecendo na Argentina e compare com a Nicarágua. O que em comum esses países têm? Todos são amigos entre si. Todos os chefes de Estado dessas nações são amigos do quadrilheiro de nove dedos que disputa a eleição no Brasil. Não é voltar apenas à cena do crime. Esse tipo de gente tem que ser extirpada da vida pública“, afirmou o presidente.

    “Não sou muito bem educado, falo palavrões, mas não sou ladrão”, disse ainda.

    Antes de ir à capital fluminense, Bolsonaro participou do desfile cívico em Brasília, na manhã desta quarta-feira.

    O presidente saiu do Palácio da Alvorada em carro aberto, atravessou a Esplanada dos Ministério e se posicionou no palco ao lado do vice-presidente, Hamilton Mourão, dos filhos, da primeira-dama, do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, e de apoiadores e ministros.

    O evento contou com apresentação da esquadrilha da fumaça, desfile de militares e escolas, além da participação inédita de tratores — representando o agronegócio.

    Após as formalidades, Bolsonaro discursou em um trio elétrico ao lado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro. Em um dos momentos de maior destaque da fala, o presidente puxou um coro de “imbrochável”, fazendo referência a si mesmo.

    “Não tenho palavras para descrever o que aconteceu, o carinho que o povo tem com a gente, a preocupação que eles têm com o futuro do Brasil. Eles têm consciência para onde o Brasil pode ir com o resultado errado. E nós não queremos errar”, avaliou o presidente com exclusividade à CNN.

    Manifestações

    Em meio aos eventos comemorativos ao Bicentenário da Independência, pelo menos 24 capitais registraram atos a favor do governo.

    Os apoiadores de Bolsonaro se reuniram em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Florianópolis, Fortaleza, Maceió, Salvador, Recife, São Luís, Porto Velho, Boa Vista, Belém, Vitória, Aracaju, João Pessoa, Porto Alegre, Macapá, Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, Natal e Palmas.

    Já as manifestações contrárias ao governo ocorreram em ao menos 19 capitais: Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Vitória, Florianópolis, Curitiba, Porto Alegre, Cuiabá, Goiânia, Aracaju, Fortaleza, Maceió, Natal, Recife, Salvador, Belém, Macapá, Rio Branco e Porto Velho.

    O chamado Grito dos Excluídos — manifestações que contrapõem os atos pró-governo — é tradicional na agenda do 7 de Setembro. Neste ano, o tema dos protestos foi: “Vida em Primeiro Lugar: Brasil: 200 anos de Independência para quem?”.

    Presidenciáveis repercutem a data

    Os candidatos à Presidência da República usaram suas redes sociais para falar sobre as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil.

    O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou uma frase usada em sua propaganda no rádio e na TV veiculada na terça-feira (6), segundo a qual o 7 de Setembro “deveria ser um dia de amor e união pelo Brasil” — o que, segundo ele, “não é o que acontece hoje”. “Tenho fé que o Brasil irá reconquistar sua bandeira, soberania e democracia”, disse.

    O presidente Jair Bolsonaro (PL) publicou um vídeo da queima de fogos ocorrida na noite da terça-feira (6), quando apoiadores se reuniram em frente à Torre de TV, no Eixo Monumental, em Brasília. A legenda é um trecho do Hino da Independência: “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil”.

    Ciro Gomes (PDT) também se manifestou. “E que Deus nos abençoe para que nada nem ninguém sejam capazes de roubar a nossa paz e a nossa liberdade — neste dia ou em qualquer momento da nossa história”, escreveu. Ele ainda disse ter “esperança” de que o Brasil encontrará “um novo caminho”.

    Já Simone Tebet (MDB) escreveu que, 200 anos após a data de origem da comemoração, “vemos que a independência ainda é um sonho a ser atingido”. “Neste 7 de setembro, reafirmo nosso compromisso em reduzir as desigualdades, erradicar a miséria e acabar com a fome”, completou.

    A candidata Soraya Thronicke (União Brasil) disse que os brasileiros não podem “admitir que sequestrem os nossos símbolos, e nossa esperança, nem que façam do dia da Independência uma data eleitoreira”. “A bandeira é nossa!”, completou.

    Felipe D’Avila (Novo) disse que o Bicentenário “é uma data emblemática e que pertence a todos nós”. “Falar de Independência, aliás, é falar de liberdade. E o que queremos para nosso país é que cada cidadão possa exercerdes sua Liberdade com responsabilidade”, disse.

    A candidata Vera Lúcia (PSTU) escreveu em suas redes sociais, mas não fez referência direta à celebração. “Bolsonaro e suas ameaças não passarão”, disse em sua publicação.

    Já Sofia Manzano (PCB) disse que a “classe dominante” vem se apropriando de pautas identitárias ao “exaltar Leopoldina” — a primeira esposa do Imperador D. Pedro I. Ela destacou a posição da imperatriz como mulher e afirmou que 7 de Setembro é dia de luta dos excluídos.

    Os demais candidatos à Presidência ainda não se pronunciaram sobre a data.

     

    *Publicado por Renata Souza