Ataques na reta final podem afastar eleitorado, avalia cientista político
Em entrevista à CNN, Renato Dolci afirmou que percentual de indecisos apontado nas últimas pesquisas de intenção de voto é surpreendente
Com a proximidade das eleições, os presidenciáveis cumprem os últimos compromissos de campanha para conquistar votos para o próximo domingo (2). Em entrevista à CNN nesta terça-feira (27), o cientista político Renato Dolci afirmou que a estratégia de atacar os adversários pode não render bons resultados nesta reta final.
“Atacar demais pode, de alguma forma, e é o que parece que aconteceu, pelo menos em relação à reação ao discurso do Ciro [Gomes, do PDT] ontem [segunda-feira, dia 26], por exemplo, afastar esse próprio eleitorado”, avaliou.
Na avaliação de Dolci, no caso do presidente Jair Bolsonaro (PL), que está no segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, de acordo com o agregador CNN/Locomotiva, buscar meios de reverter seu índice de rejeição seria mais eficiente para garantir que haja um segundo turno, do que insistir em ataques diretos aos demais candidatos.
O cientista político analisou ainda o número de eleitores indecisos, que pode modificar o cenário que vem sendo demonstrado nas pesquisas eleitorais. Na pesquisa Ipec mais recente, brancos, nulos e indecisos representam 8% dos entrevistados.
“Historicamente, a gente sempre encontra um patamar entre 7% e 10%, mais ou menos. É raro a gente ver, talvez, não vou dizer raro, mas uma surpresa, notar que, nesse momento, com tanta difusão de informação […] ter 10% do eleitorado indeciso me parece historicamente ok, mas, ao mesmo tempo, estranho em relação a todo esse debate”, afirmou.
Assista à íntegra da entrevista no vídeo acima.
*Sob supervisão de Elis Franco