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    Ataque aos Poderes atinge disputa entre Marinho e Pacheco pela presidência do Senado

    Candidatos adotam abordagens diferentes para conseguir apoio; quem vencer a corrida eleitoral ocupará o cargo até fevereiro de 2025

    Luciana AmaralGabriel Hirabahasida CNN , em Sâo Paulo

    Os atos criminosos ocorridos no último domingo (8) passaram a fazer parte da disputa de forças entre o senador eleito Rogério Marinho (PL-RN) e o atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pelo comando da Casa.

    A eleição interna à Mesa Diretora do Senado está prevista para 1º de fevereiro. Quem vencer a corrida pela presidência da Casa ocupará o cargo até fevereiro de 2025.

    Ex-ministro do Desenvolvimento Regional de Jair Bolsonaro (PL), Rogério Marinho tem intensificado visitas a colegas, inclusive com viagens, e apostado em senadores insatisfeitos com o posicionamento de Pacheco ao longo dos últimos anos diante dos chamados “ataques do Judiciário” às prerrogativas do Senado.

    Agora, ele também visa senadores insatisfeitos com a aproximação de Pacheco ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

    A narrativa de interlocutores de Marinho é de que há um “atropelo” do Judiciário em cima do Legislativo. Por isso, o político seria o melhor nome para “recuperar a independência” do Senado diante do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Há aliados de Bolsonaro no Senado que acreditam que os atos criminosos teriam sido uma forma de parte da população se expressar contra a eventual desarmonia entre os Três Poderes, por mais que condenem as invasões e depredações, inclusive no Congresso.

    Enquanto isso, como atual presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem se aproximado de Lula, ainda que também por motivos institucionais.

    Embora já estivesse mais próximo do PT, visando o apoio do partido à reeleição ao cargo, os atos de 8 de janeiro acabaram por reforçar seu posicionamento convergente junto a Lula e ao STF, em uma correlação de forças dominantes no poder atualmente.

    Pacheco também tem conversado com senadores, mas, em princípio, sem planejar viagens pelo país para visitar as bancadas.

    Isso porque suas posições já são fartamente conhecidas pelos colegas e ele convive diariamente com a maior parte dos parlamentares que continuarão na próxima legislatura e votarão no pleito interno.

    Grande parte dos novos senadores a tomarem posse em fevereiro também já esteve em Brasília.

    No entanto, se for necessário, para ajustar eventuais apoios, o atual presidente do Senado não descarta visitar colegas nos respectivos estados, de forma mais pontual.

    Rogério Marinho, por sua vez, é um “marinheiro de primeira viagem”, que ainda vai tomar posse no primeiro mandato como senador, embora seja conhecido nos círculos políticos de Brasília.

    Expectativa de apoio

    Para ser eleito como presidente do Senado, o candidato precisa obter ao menos 41 votos favoráveis. Aliados de Marinho alegam que ele conta hoje com cerca de 35 votos. Portanto, faltariam seis ainda, no mínimo.

    Ele aposta no apoio maciço de PL, PP, Republicanos e de senadores de partidos de centro que não devem seguir a orientação dos respectivos líderes, se essa for pelo apoio a Pacheco.

    Pacheco, por sua vez, conta com o apoio do PT, MDB e outros partidos para continuar no posto. A CNN apurou que o atual presidente do Senado pode já ter, ao menos, 38 votos a seu favor.

    PSDB, Podemos e União Brasil são disputados por ambos os candidatos e são tidos como partidos-chave para sair vencedor da disputa.

    O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) anunciou, em meados de dezembro, sua candidatura à presidência do Senado Federal. Contudo, ele não conta com apoio do próprio partido.

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