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    Assumi à PF que estava próximo à baleia, mas não a importunei, diz Bolsonaro à CNN

    Ex-presidente é investigado por suposta importunação ao animal em São Sebastião, litoral norte de São Paulo

    Lucas SchroederRenan Fiuzada CNN

    São Paulo

    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou à CNN nesta quarta-feira (28) ter comunicado em depoimento à Polícia Federal (PF) que se aproximou de uma baleia com uma moto aquática em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, em junho passado. Entretanto, ele negou aos policiais ter importunado o animal.

    De acordo com Bolsonaro, o inquérito da PF que investiga uma suposta importunação ao animal praticada por ele é “político” e faz parte de uma “perseguição implacável” contra sua pessoa.

    “Ninguém consegue entender eu estar respondendo processo na Polícia Federal sobre importunação de baleia. Eu sei que a legislação existe, tem que ser cumprida, mas não se enquadra nisso que aconteceu comigo. Assumi que estava a 20, 30 metros. Não a molestei de forma alguma, deixo bem claro”, disse Bolsonaro ao chegar ao Hospital Vila Nova Star, onde passa por uma série de exames para avaliar a necessidade de uma nova cirurgia no intestino.

    O inquérito foi aberto com base em um vídeo publicado nas redes sociais em que uma moto aquática com motor ligado chega a cerca de 15 metros do animal, que seria uma baleia jubarte. A suspeita dos investigadores é a de que Bolsonaro estava pilotando o veículo.

    O advogado do ex-mandatário, Fabio Wajngarten, que o acompanhava no episódio em São Sebastião, também prestou depoimento à PF.

    Bolsonaro nega ter discutido Estado de Sítio e de Defesa

    Ainda à CNN, Bolsonaro argumentou que Estado de Sítio e de Defesa são dispositivos constitucionais que podem ser utilizados pelo presidente da República, mas negou ter discutido as medidas em sua gestão.

    “O Estado de Sítio começa convocando-se os conselhos da República e da Defesa, ali incluído autoridades políticas. Nada disso foi feito, sequer o primeiro passo foi dado. Agora, deixo claro que são dispositivos constitucionais. Se o presidente da República tivesse pensando em usar qualquer dispositivo de forma legal, isso não é crime.”

    No entanto, conforme fontes ligadas à PF afirmaram à CNN, um trecho do discurso do ex-presidente sobre a minuta golpista durante ato na Avenida Paulista, no último domingo (25), constará no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para mantê-lo no poder após a derrota nas eleições em 2022.

    Para a PF, na seguinte fala, o ex-presidente teria admitido o conhecimento de um documento de teor golpista: “Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenha a santa paciência.”

    Investigadores acreditam que o discurso corrobora com outras evidências que a tentativa golpista tinha “anuência e atuação de Bolsonaro”.

    (Com informações de Gabriela Prado, da CNN, em Brasília)