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    Arthur Lira convoca reunião para “contar votos” do PL das Fake News

    Líderes parlamentares entendem que, se não houver número suficiente para aprovação, análise do texto pode ser adiada

    Larissa Rodriguesda CNN , em Brasília

    O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), convocou líderes partidários e deputados federais para um almoço nesta terça-feira (2), a fim de tratar do PL das Fake News.

    Segundo parlamentares ouvidos pela CNN, Lira disse que a reunião tem como intuito “contar votos” para saber se ainda há condições de aprovar o texto.

    A preocupação do Palácio do Planalto e do presidente da Câmara e cresceu nos últimos dias, após a bancada evangélica no Congresso Nacional e o partido Republicanos divulgarem nota contrária à aprovação do projeto.

    Além disso, nesta segunda (1°), o buscador Google acrescentou à sua página principal um link para um texto intitulado “o PL das fake news pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil”. O fato gerou revolta no governo federal.

    Na quinta-feira (27), a versão final do projeto foi apresentada pelo relator do projeto, Orlando Silva (PCdoB-SP), isso após aprovação de urgência do texto ainda na terça (25).

    Nos bastidores, o deputado tem dito que não há mais o que mudar na proposta para que o PL seja aprovado, que agora a negociação seria mesmo política.

    Projeto de lei contra a desinformação

    O projeto prevê a criação da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. Entre os principais pontos que desagradam as empresas de tecnologia está a obrigatoriedade das plataformas de divulgarem relatórios de transparência sobre como estão moderando conteúdos falsos e que buscam discurso de ódio e ou atentado contra a democracia.

    A questão da remuneração ao conteúdo jornalístico também vem gerando discussões. No último relatório, Orlando Silva retirou do texto a criação de uma agência reguladora com o intuito de supervisionar das plataformas, mas, mesmo assim, as críticas não cederam.

    Para agradar a bancada evangélica, o deputado também deixou a permissão do livre exercício de cultos religiosos e retirou do projeto o trecho que obrigava o Estado a promover campanhas contra desinformação para combater o discurso de ódio baseado em discriminações”.

    Os parlamentares alegavam que isso barraria publicações opinativas e trechos religiosos.

    Na noite desta segunda (1º), o presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Eli Borges (PL-TO), divulgou um vídeo dizendo que apesar de ter tido conversas com o relator, não há acordo por parte da bancada para a aprovação do projeto.

    “Nós ouvimos ele [Orlando Silva] duas vezes, criticamos o texto, mas nunca houve fechamento por votação. Eu nunca vi a bancada evangélica tão unida como está agora, porque entendemos que o PL é maléfico para a liberdade religiosa”, afirma Borges.

    O vídeo foi divulgado depois que o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP), que também é membro da frente parlamentar, passou a defender o texto após as alterações feitas pelo relator.

    Segundo deputados federais ouvidos pela reportagem, Cesinha tem dito que o acordo era votar pela aprovação do texto caso Orlando Silva retirasse os trechos exigidos pela frente evangélica.

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