“Armar a população não tem nada a ver com armar bandidos”, diz Castro
Candidato à reeleição ao governo do RJ, atual governador rejeitou “nacionalização” de pleito estadual, mas pontua: “Nós somos Bolsonaro-Castro”
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), candidato à reeleição, defendeu o porte de armas por parte da população em sabatina na CNN nesta terça-feira (29).
Castro justificou que as armas em mão de bandidos encontradas em operações vem do tráfico internacional e não tem relação com os armamentos de civis. “Armar a população não tem nada a ver com armar bandido”, disse. “São casos pontuais. Entendo que tem que melhorar a fiscalização”, justificou.
Ao ser questionado sobre o fato de 10% dos fuzis apreendidos no Rio terem sido comprados legalmente por um colecionador, Castro afirmou que a fiscalização é fundamental para evitar novos casos.
“Não sou favorável a essas armas de uso exclusivo das forças de segurança irem parar nas mãos de ninguém, e ainda mais essa pessoa vendendo para crime organizado. Esse é um bandido, criminoso, não é cidadão”, afirmou Castro.
Em outro momento, perguntado sobre a violência em operações como a do Jacarezinho, na zona Norte da cidade, o governador pontuou não celebrar a morte de ninguém, mas afirmou que o primeiro morto foi um policial.
“Quem aponta arma para polícia está apontando uma arma para sociedade, para mim, para você, para todo cidadão de bem. A polícia tem que fazer o trabalho dela e vai continuar fazendo”, destacou. Ele também afirmou que a operação seguiu todos os protocolos legais.
Com 28 mortes no ano passado, a operação ficou conhecida nacionalmente por ter sido a mais letal da história das forças de segurança do Rio de Janeiro. Segundo o governador, quando assumiu o governo as polícias estavam sucateadas e foram feitos investimentos para melhorar as condições das corporações – inclusive com a compra de câmeras corporais.
Castro também defendeu o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) e rejeitou qualquer associação com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nós somos Bolsonaro-Castro”.
Citando o Auxílio Brasil, ele afirmou que o governo do presidente está comprometido com o combate à fome.
Apesar disso, o governador disse que não costuma utilizar a imagem de Bolsonaro por “não precisar de bengala” e “ter o que mostrar” da sua gestão, diferente de outros candidatos. Ele rejeitou a nacionalização da eleição.
Antes de assumir o Palácio Guanabara, Castro foi vereador da capital do estado. Após o ex-governador Wilson Witzel (PSC) sofrer impeachment, ele assumiu o cargo. Em busca da reeleição, ele possui 14 partidos em sua coligação.
Castro lidera as pesquisas de intenção de voto, de acordo com o agregador de pesquisas da CNN/Locomotiva, com 21%, seguido pelo deputado federal Marcelo Freixo (PSB), com 17%.
Em seguida, aparecem Rodrigo Neves (PDT), com 5%; Wilson Witzel (PSC), 4%; e Cyro Garcia, 3%. Brancos, nulos e indecisos somam 39%.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.