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    Eleições 2022

    Aras posta vídeo antigo em que defende sistema eleitoral 3 dias após Bolsonaro criticar eleições

    Imagens são de entrevista na semana anterior do encontro do presidente com embaixadores. Procurador diz que não aceita alegação de fraude nas eleições

    Basília Rodrigues

    Após três dias de silêncio, sobre as recentes declarações do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre fraude nas urnas eletrônicas, a Procuradoria-Geral da República divulgou um vídeo com posicionamento do procurador-geral, Augusto Aras, favorável ao sistema eleitoral brasileiro. As declarações de Aras, no entanto, foram feitas na semana anterior ao encontro de Bolsonaro com embaixadores. Elas foram dadas a jornalistas de veículos internacionais.

    O objetivo do procurador, afirmaram auxiliares de Aras à CNN, é reafirmar a posição dele sobre as urnas, sem posições políticas a respeito de Bolsonaro.

    No vídeo, Aras afirma não acreditar que o Brasil irá repetir cenas como as da invasão do Capitólio, nos Estados Unidos, após a derrota de Donald Trump para Joe Biden. “Nós não acreditamos no 6 de janeiro. Tenho defendido que quem ganhar eleição vai levar. Não aceitamos alegação de fraude, porque temos sucesso da urna eletrônica. A polarização do Brasil não é diferente que a de outros países, buscamos medidas judiciais que punam culpados, além de programas de pacificação social. A democracia é o governo dos contrários”, afirma aos jornalistas de veículos estrangeiros.

    A conversa ocorreu no prédio da Procuradoria Geral da República, na semana passada. Aras naturaliza o que chama de “pressão contínua” da democracia.

    O procurador-geral aproveitou para atribuir a sua atuação nos inquéritos que pesam contra o presidente da República, sem citar os casos nominalmente, e ainda à demissão de ministros de Bolsonaro. “Oito ministros de Estado foram obrigados a renunciar. O presidente tem oito inquéritos que nós provocamos na nossa gestão”, ressaltou.

    Aras enfatizou ainda as ações contra governadores, incluindo aqueles próximos ao governo Bolsonaro, e cita o do Amazonas, que foi denunciado pela Procuradoria devido à crise da falta de oxigênio na pandemia de covid-19.

    Cercado por perguntas sobre a efetividade de sua atuação contra alvos políticos, Aras defendeu sua gestão e apresentou um número geral. “Temos quase 400 pessoas com foro presas e afastadas. Isso é mais que nos últimos dez anos da gestão (na PGR)”, afirmou. “A diferença dessa gestão para as outras gestões é que respeitamos o devido processo legal”.

    Desde a segunda-feira passada (18), quando Bolsonaro fez uma espécie de palestra para diplomatas estrangeiros onde colocou em dúvida o sistema eleitoral brasileiro, já chegaram ao Supremo Tribunal Federal e ao Tribunal Superior Eleitoral ao menos dois pedidos que o presidente fosse investigado.

    No caso que tramita no STF, os deputados de oposição argumentam que o presidente fez propaganda eleitoral antecipada e cometeu os delitos de improbidade administrativa, abuso de poder político e econômico e crime contra o Estado Democrático.

    Como esses delitos são considerados crimes comuns, cabe à PGR definir se existem elementos para fazer uma acusação formal contra o presidente. Já o Ministério Público Eleitoral, que neste caso também é subordinado a Aras, cabe a decidir se apresenta denúncia por crime eleitoral.

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