Aposentados pedem a BB, Previ e Previc motivos de nomeação de sindicalista para fundo de pensão
Na justificativa dos pedidos, entidade diz que João Luiz Fukunaga "possui experiência profissional de, apenas, 11 anos e três meses de vinculação como funcionário do Banco do Brasil, dos quais, 10 anos e 11 meses foram, exclusivamente, à disposição do Sindicato dos Bancários”
A Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil encaminhou ofícios à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), à Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e ao Banco do Brasil pedindo esclarecimentos sobre o nomeação do sindicalista João Fukunaga para a presidência da Previ.
Na justificativa dos pedidos, a entidade diz que “o Senhor João Luiz Fukunaga, indicado e homologado para Presidência da Previ, segundo divulgado, possui experiência profissional de, apenas, 11 anos e três meses de vinculação como funcionário do Banco do Brasil, dos quais, 10 anos e 11 meses foram, exclusivamente, à disposição do Sindicato dos Bancários”.
O pedido diz ainda que desde a posse no Banco do Brasil, João Luiz Fukunaga “era funcionário do Posto Efetivo sem ter exercido qualquer comissão mesmo que de nível médio”.
Lembra ainda que o Estatuto da Previ estabelece que “para integrar os órgãos de administração e fiscalização da Previ, seja como titulares, suplentes ou substitutos, deverão ser observados cumulativamente, além das disposições legais, os seguintes requisitos:
- Ser participante ou assistido da Previ;
- Contar com, no mínimo, 25 (vinte e cinco) anos de idade;
- Ter 10 anos, no mínimo, de filiação a um dos Planos de Benefícios da Previ;
- Ter comprovada experiência no exercício de atividade na área financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, atuarial ou de auditoria;
- Não ter sofrido condenação criminal transitada em julgado;
- Não ter sofrido penalidade administrativa por infração da legislação da seguridade social, inclusive da previdência complementar ou como servidor público.
E conclui dizendo que a missão da “Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil é zelar pelos interesses e segurança de milhares de aposentados e pensionistas vinculados à Previ”.
Pede ainda que, “uma vez esclarecidas todas as questões inerentes à Presidência da Previ, nosso fundo de pensão, responsável pela cobertura de seu público alvo nos momentos mais difíceis da vida pós-laboral, possamos transmitir a todos assistidos, a necessária tranquilidade quanto a liquidez, solidez, segurança hoje e sempre da Previ”.
A Previ gere os planos de aposentadoria dos funcionários e tem ativos na ordem de R$ 250 bilhões.
Há receio de que o fundo possa novamente fazer investimentos que deem prejuízo, como os que foram feitos no passado na empresa de sondas de petróleo Sete Brasil.
Nos bastidores, Fukunaga tem sido criticado por funcionários do banco por não ter experiência em gestão. Ele é formado em história pela PUC-SP.
A CNN apurou que sua nomeação teve apoio tanto da cúpula do BB, em especial da presidente Tarciana Medeiros, e do vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial, José Sasseron, ambos ligados ao movimento sindical dos bancários.
As duas principais entidades sindicais do setor, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região também apoiaram o nome de Fukunaga.
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) aprovou o nome de Fukunaga em tempo considerado recorde por funcionários do banco.
Em nota encaminhada à CNN, a Previ informou que “as indicações para dirigentes da Previ, inclusive a do presidente João Luiz Fukunaga, são realizadas pelo patrocinador Banco do Brasil e precisam ser aprovadas pelos critérios de governança do próprio BB, da Previ e da Superintendência Nacional de Previdência Complementar, a Previc”.
A Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil afirma também que tem uma “governança fortalecida que é referência no setor de fundos de pensão, em que os investimentos são realizados com base em critérios técnicos, planejados e aprovados por diversas instâncias, sempre tendo como foco a missão de pagar benefícios aos associados”.
Os ofícios são assinados pela presidente da entidade, Isa Musa de Noronha.