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    Após viagem à China, Lula intensifica agenda internacional e faz agrado a europeus

    Presidente embarca neste sábado (22) para Lisboa e depois vai para Madri

    Tainá FalcãoDaniel Rittnerda CNN

    Em Brasília

    Após aguardada passagem pela China, na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende concentrar seus esforços internacionais em visitas à Europa, onde buscará desfazer –ou pelo menos atenuar– o mal-estar causado pelas últimas declarações em torno da guerra na Ucrânia.

    Lula embarca neste sábado (22) para Lisboa, em Portugal, e depois segue para Madri, na Espanha. Ele decidiu ainda confirmar presença, em 6 de maio, na coroação do rei Charles III. A ida para Londres tem como objetivo, segundo assessores presidenciais, amenizar a tensão com os europeus.

    O presidente brasileiro colocou a Ucrânia como uma das responsáveis pelo conflito e sugeriu ao país invadido que discuta a devolução da Crimeia com a Rússia, além de ter culpado Estados Unidos e União Europeia pelo prolongamento dos confrontos.

    Diante da repercussão negativa das falas, que se somaram à vinda do chanceler russo Serguei Lavrov para Brasília, o Palácio do Planalto passou a avaliar que um agrado aos europeus era necessário. A viagem para Londres não estava prevista pelo Itamaraty, mas foi decidida justamente com esse propósito.

    Em Portugal, onde Lula fará um discurso no Parlamento por ocasião do aniversário da Revolução dos Cravos, o partido de ultradireita Chega convocou um protesto contra o líder brasileiro em frente à Assembleia Nacional.

    Na Espanha, que assume a presidência rotativa da União Europeia no segundo semestre, ele se reunirá com o primeiro-ministro Pedro Sánchez. Um dos objetivos do encontro é acelerar a conclusão definitiva do acordo de livre comércio UE-Mercosul, que está travado desde 2019.

    O porta-voz da Comissão Europeia para Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Peter Stano, rebateu nesta segunda-feira (17) as declarações de Lula sobre a guerra na Ucrânia. “Não é verdade que os Estados Unidos e a UE estejam ajudando a prolongar o conflito”, disse Stano.

    “A verdade é que a Ucrânia é a vítima de uma agressão ilegal, uma violação da Carta das Nações Unidas”, acrescentou o porta-voz, em entrevista coletiva em Bruxelas. Segundo ele, “a verdade é que a UE, os Estados Unidos e outros parceiros estão ajudando a Ucrânia na sua legítima defesa”.

    Outras viagens

    O calendário internacional de Lula prevê ainda uma sequência de viagens. Ele irá ao Japão, como convidado à cúpula de líderes do G-7, entre os dias 21 e 22 de maio.

    Ainda no próximo mês, sem data definida, deverá chamar países vizinhos para uma reunião no Brasil que serviria de incentivo para a retomada da Unasul –bloco de países sul-americanos fundado em 2008 e que foi abandonado por governos de direita na região, incluindo o de Jair Bolsonaro (PL).

    Em junho, Lula poderá visitar a República Democrática do Congo para participar de uma cúpula sobre a preservação de florestas tropicais, junto com a Indonésia. Discute-se a eventual inclusão de outros países vizinhos das florestas, como os africanos da Bacia do Congo e os asiáticos da Bacia do Mekong, além das nações amazônicas. Segundo Itamaraty, a agenda está em análise, apesar do presidente ter recentemente confirmado presença.

    Em agosto, o Brasil sediará –em Belém (PA)– uma cúpula dos países-membros da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que sete vizinhos como membros: Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Venezuela, Suriname e Guiana. O presidente da França, Emmanuel Macron, também deve participar. A Guiana Francesa, território ultramar do país europeu, abriga partes da floresta.

    Outras viagens programadas para os próximos são à Argentina, na cúpula do Mercosul em julho, e para o México, que ainda está em estudo.