Após três meses, governo volta a ter secretário de promoção da igualdade racial
Ex-coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal Paulo Roberto foi escolhido para o comando da secretaria Nacional de Igualdade Racial
O governo escolheu um ex-coronel do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para o comando da secretaria Nacional de Igualdade Racial, área ligada ao Ministério de Direitos Humanos. A nomeação de Paulo Roberto foi publicada no Diário Oficial da União.
O cargo estava vago há mais de três meses, desde a demissão da ex-secretária Sandra Terena, a primeira indígena a conduzir a secretaria. Terena é casada com o jornalista blogueiro Oswaldo Eustáquio.
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Após a prisão dele, por suposta publicação de fake news e promoção de atos antidemocráticos com dinheiro público, a permanência de Terena na pasta ficou insustentável. A própria ministra Damares Alves a demitiu.
Aos 54 anos, o novo secretário atuava até então como assessor especial do Ministério da Educação. Paulo Roberto informa que é advogado, especialista em Ciência Política, Educação e Comunicação Social.
Conselhos
À CNN, Paulo Roberto disse que quer criar conselhos de promoção da igualdade racial nos municípios. Logo no início, a gestão Bolsonaro colocou ênfase no fechamento de vários grupos, conselhos, fóruns de debate. Segundo ele, os novos conselhos seguiriam alinhados ao mote de governo do “Mais Brasil, menos Brasília”, promovendo uma descentralização das ações.
“Primeiro, vou fazer uma avaliação de todas as políticas públicas existentes, para analisar quais precisam ser aprimoradas, quais precisam ser extintas. Depois quero fortalecer e ampliar o quantitativo de conselhos de promoção da igualdade em todo o país. Captar, analisar e formar agenda com as demandas, formular as políticas, tomar as decisões relativas e implementar políticas que promovam a visibilidade de grupos vulneráveis como as populações tradicionais no Brasil”, afirmou à CNN.
A exemplo de sua antecessora, ele também quer trabalhar contra o preconceito de grupos, como “ciganos, ribeirinhos e quebradeiras de coco”. Ele afirma entender que “a falta de conceito traz o preconceito, que é, ao meu ver, um juízo sem conhecimento prévio”.