Após suspeitas com Covaxin, Planalto discute reação com senadores governistas
Em reunião promovida nesta quinta (24), tropa de choque foi municiada com informações e documentos para o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF)
Após as suspeitas de irregularidades nas negociações de compra da vacina da Covaxin, o Palácio do Planalto realizou uma reunião de emergência nesta quinta-feira (24) com os senadores governistas da CPI da Pandemia.
O objetivo do encontro, segundo assessores palacianos, foi municiar com informações e documentos os senadores governistas para o depoimento, marcado para sexta-feira (25), do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) e de seu irmão Luiz Ricardo Miranda, ex-servidor do Ministério da Saúde.
Segundo a CNN Brasil apurou, a chamada tropa de choque do governo federal pretende comparecer em peso para o depoimento de sexta-feira (25), com a presença inclusive do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A estratégia esboçada pelo Palácio do Planalto será a de colocar em dúvida as irregularidades apontadas pelos irmãos, a de negar que tenha havido corrupção no Ministério da Saúde e a de não permitir que eventuais críticas ao presidente fiquem sem resposta.
Além disso, senadores governistas foram orientados a chamar os indícios de irregularidades de “fake news” e reafirmar que não há denúncias de corrupção contra a gestão atual.
A reunião foi capitaneada pelo ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, e teve as participações dos senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Ciro Nogueira (PP-PI), Jorginho Mello (PL-SC) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS).
Na quarta-feira (23), Lorenzoni, principal articulador da estratégia governista na CPI da Pandemia, informou que Bolsonaro determinou a abertura, pela Polícia Federal, de uma investigação para apurar as declarações de Luís Miranda.
O ministro afirmou que o governo federal vai instaurar ainda um procedimento administrativo disciplinar contra o irmão do deputado federal e propor à Procuradoria-Geral da República (PGR) que o parlamentar e o familiar sejam investigados por supostamente adulterar documentos.
De acordo com o ministro, o documento apresentado por Miranda para apontar possíveis irregularidades foi adulterado. Ele apresentou aquele que seria o documento original e correspondente à negociação, que teria passado por retificações.
Onyx afirma que a posição do governo federal é a de que não houve sobrepreço nem irregularidades na negociação pela Covaxin.
Segundo relato feito à CNN Brasil, participaram da reunião com o ministros a Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, os senadores Marcos Rogério (DEM-RO), Ciro Nogueira (PP-PI), Jorginho Mello (PL-SC) e Luiz Carlos Heinze (PP-RS).