Após operação no litoral, Tarcísio é pressionado por aliados e criticado pelo governo federal
Segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, é importante que as investigações ocorram
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), está sendo pressionado por aliados a retirar as câmeras dos uniformes dos policiais e é criticado pelo governo federal pela operação especial que acontece no litoral sul do estado após o assassinato de um soldado das Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota).
O número de mortos em confrontos com as forças de segurança chegou a 14 nesta terça-feira (1º).
O ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que a reação da polícia paulista ao assassinato não parece proporcional. Ele garantiu que, assim que as autoridades estaduais tiverem um resultado da apuração das investigações, o governo federal vai se posicionar.
“O governo federal não tem uma postura intervencionista, portanto, quando as ações estaduais forem concluídas, tomaremos as devidas providências. Até o momento, qualquer tipo de presunção é desrespeitoso quanto ao princípio federativo”, afirma Dino.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, determinou que o ouvidor nacional da pasta entre em contato com as autoridades paulistas para saber exatamente o que ocorreu após as ações policiais na região.
Almeida ressaltou que foi cometido um crime bárbaro contra um trabalhador que precisa ser apurado, mas não se pode usar isso como uma forma de agredir e violar os direitos humanos de outras pessoas.
“Foi cometido um crime bárbaro contra um trabalhador que precisa ser apurado, mas nós não podemos usar isso como uma forma de agredir e violar os direitos humanos de outras pessoas”, explicou Almeida.
VÍDEO – Tarcísio sobre Operação em Guarujá: Se houve excesso, vamos investigar
Tarcísio também vem sendo pressionado por um grupo de deputados estaduais que compõe a base do governo para a retirada das câmeras corporais utilizadas em uniformes por policiais militares.
No entanto, o governador afirmou que descarta abolir o uso dos equipamentos pelos policiais. A Secretaria de Segurança Pública informou que as imagens serão anexadas aos inquéritos e ficarão disponíveis para consulta pelo Ministério Público, pelo Judiciário e pela Corregedoria da Polícia Militar. A Ouvidoria das Polícias de São Paulo já solicitou o acesso.
Em resposta às críticas, Tarcísio afirmou que não existe combate ao crime organizado sem efeito colateral e que vai investigar eventuais excessos cometidos pela Polícia Militar.
“Tudo está sendo investigado. A gente não vai se furtar a investigar nada. Todas as condutas vão ser investigadas. Se houver excesso, se houver falha, nós vamos punir os responsáveis”, afirmou Tarcísio.
O secretário de Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, disse que a preocupação do governo é que os policiais atuem no limite da lei, mas que não baixem a guarda.
Derrite enfatizou que quem está reclamando é do outro lado, ou seja, pessoas que torcem para o lado do crime, e que as forças policiais estão trabalhando em prol da sociedade e combatendo o crime, especialmente o organizado.
“Quem está reclamando é do outro lado, que torcem para o lado do crime. Nós lutamos pelo cidadão de bem. Os relatos da população são de agradecimento. Claro que todos estão preocupados pela situação que estamos vivendo, mas é um momento em que o Governador do Estado apoia as forças policiais, para que continuem a trabalhar pela sociedade e combatendo o crime, em especial o crime organizado”, expôs Derrite.