Após Nunes Marques derrubar cassação de deputado, Bolsonaro volta a criticar TSE
O presidente endossou a tese de Fernando Francischini de que a eleição de 2018 foi fraudada “em larga escala”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a criticar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (2), ao comentar a decisão do ministro do STF Kassio Nunes Marques que anulou, em decisão monocrática, a cassação do deputado Fernando Francischini.
Bolsonaro considerou “inacreditável” a decisão do TSE que havia determinado a perda do mandato do parlamentar, em outubro do ano passado, por disseminar notícias falsas sobre as eleições de 2018.
“Nunes Marques deferiu uma liminar favorável à restituição do mandato do deputado Francischini, estadual do Paraná. É uma coisa inacreditável a cassação desse parlamentar”, afirmou o presidente.
Em vídeo divulgado nas redes sociais em 2018, Francischini disse que algumas urnas eletrônicas estavam programadas para computar votos para o PT.
Na live desta quinta, Bolsonaro ainda apoiou a tese do deputado e disse que as fraudes ocorreram “em larga escala”.
“Eu recebi vários vídeos, telefonemas. O cara ia apertar o 17 e aparecia o 13. Ninguém falava o contrário, que ia apertar o 13 e aparecia o 17. Coisas que acontecem em larga escala, e o TSE não se explicou no tocante a isso.”
O presidente disse também que o TSE está agindo de maneira antidemocrática.
“Sabemos que o TSE está tomando medidas arbitrárias contra o estado democrático de direito. Atacam a democracia, a transparência. […] Há poucos dias, o ministro Fachin convidou 200 observadores internacionais para acompanhar as eleições aqui. Eu pergunto: o que eles sabem? O que eles veem dentro da sala secreta? Eles têm condição de saber alguma coisa? O sistema eleitoral do Brasil é igual aos dos países deles?”
Procurado pela CNN, o TSE disse que não vai se manifestar sobre a fala.
Erika Kokay
Durante a transmissão, Bolsonaro ainda usou uma fala da deputada petista Erika Kokay para sustentar a tese de que as eleições de 2018 foram fraudadas.
A parlamentar afirmou, no último dia 29, que “Bolsonaro não seria presidente se as eleições de 2018 não fossem fraudadas”.
Depois de bolsonaristas tentarem deturpar a declaração, Kokay esclareceu que fazia referência ao movimento que retirou Lula da disputa eleitoral e que acredita na lisura do sistema eleitoral brasileiro.
Bolsonaro sugeriu que Alexandre de Moraes tomasse alguma providência contra a deputada.
“O que são fake news para o Alexandre de Moraes? Ele vai querer pegar, em uma canetada, 20 candidatos de direita…Olha, a Erika Kokay dizendo que houve fraude em 2018. Ela deveria ser a primeira pessoa a apoiar o voto impresso. Quero ver qual é a medida que ele vai tomar contra a Erika Kokay. Se bem que eu, particularmente, acho que não tem que tomar medida nenhuma. É um direito dela falar, ela é parlamentar. Se eu me achar ofendido ou você, entra na Justiça.”
Debate
A CNN realizará o primeiro debate presidencial de 2022. O confronto entre os candidatos será transmitido ao vivo em 6 de agosto, pela TV e por nossas plataformas digitais.
*Publicado por Renan Porto