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    Após mais de um mês, Carlos Bolsonaro não deu detalhes sobre sua viagem à Rússia

    Vereador do Rio de Janeiro ainda não informou por que acompanhou a comitiva presidencial à Rússia e nem quem pagou a viagem

    O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro e o presidente Jair Bolsonaro durante viagem à Rússia
    O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro e o presidente Jair Bolsonaro durante viagem à Rússia Alan Santos/PR

    Stéfano Sallesda CNN

    no Rio de Janeiro

    Pouco mais de um mês após a viagem do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) à Rússia, ainda não se sabe quem pagou as despesas do parlamentar, que acompanhou a comitiva do pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL).

    Em busca de explicações, o vereador Chico Alencar (PSOL-RJ) interpelou o colega em sessão plenária. O vídeo da resposta e reportagens sobre o assunto foram entregues ao senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), autor da ação que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido de investigação sobre o caso.

    À CNN, Randolfe informou ter recebido o material e destacou que sua equipe o anexará ao processo ainda nesta quinta-feira (17).

    No Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro, o ambiente é de pressão para que Carlos Bolsonaro explique as motivações da viagem, sendo incluído na comitiva presidencial, a agenda e o custeio.

    A delegação esteve na Rússia entre os dias 14 e 16 de fevereiro. Quando questionado em plenário, na última terça-feira (15), o vereador, que participava da atividade por videoconferência, respondeu: “o regimento interno permite, então não há problema nenhum qualquer vereador estar em outro lugar, mas quando se trata do vereador X ou Y aí, a gente sabe como é o comportamento de alguns, que eu nem considero. Não fiz nada fora do regimento, da Lei Orgânica. Se não gostou pisa no chão, pisa nas calças”.

    Chico Alencar qualificou a resposta como um deboche. “Me senti no dever de interpelar o vereador em sessão plenária. Ele se omitiu debochou, disse estar dentro do regimento e da Lei Orgânica, ignorando os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Eu poderia ter feito um ofício, mas isso se perde nos escaninhos do Supremo, até chegar ao ministro. Por isso, entendemos que o melhor caminho era repassar o material ao proponente da ação”, afirmou o vereador do PSOL.

    Ao STF, a Secretaria-Geral da Presidência da República afirmou que o Ministério das Relações Exteriores “não pagou qualquer valor a título de diárias ao vereador Carlos Nantes Bolsonaro por conta da referida visita oficial e tampouco há registros de despesas neste Ministério relacionadas à sua participação na comitiva oficial do senhor presidente da República”.

    A Câmara Municipal também informou que não custeou qualquer despesa relativa à viagem de Carlos Bolsonaro e do assessor Tercio Arnaud.

    O órgão alega ainda que Carlos Bolsonaro informou previamente sobre o deslocamento, como determina o regimento interno do legislativo carioca, e participou das sessões ocorridas no período por videoconferência.

    Também de acordo com resposta enviada pela Casa Legislativa ao STF, Carlos Bolsonaro informou que a viagem fora um convite do parlamento russo. Uma cópia do convite foi anexada à resposta.

    Para o senador Randolfe Rodrigues, além de responder quem pagou a viagem, Carlos Bolsonaro precisa explicar o que motivou esse convite.

    “Estamos preparando o material, para peticionar. Precisamos fazer o que ele estava fazendo em Moscou e em Budapeste, o que foi fazer e com quem falou. Temos conhecimento da interferência dos russos em eleições pelo mundo democrático, e é de se alertar a presença do operador de fake news do governo. E não é apenas em Moscou, ele esteve em Budapeste, onde se opera uma internacional fascista”, afirmou o senador.

    Questionado, o advogado de Carlos Bolsonaro, Antônio Carlos Fonseca, informou que não falaria do assunto.