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    Após denúncia da CNN, prefeito de Rio Claro é alvo de operação do MP

    Ação apura indícios de associação criminosa, fraude à licitação, falsidade ideológica, peculato, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes

    José Brito, da CNN, em São Paulo



     

    A Procuradoria-Geral de Justiça deflagrou, nesta quarta-feira (2), uma operação para cumprimentos de mandados de busca e apreensão nas cidades de Rio Claro, Praia Grande e São Vicente, no interior e litoral de São Paulo. A ação, que contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), da Polícia Civil e da Polícia Militar apura indícios dos crimes de associação criminosa, fraude à licitação, falsidade ideológica, peculato, corrupção ativa e passiva, entre outros.

    Em julho, a CNN mostrou que a Prefeitura de Rio Claro comprou quase R$ 4 milhões em equipamentos de segurança para profissionais de saúde no combate à Covid-19 sem o dono da empresa saber. Para o Ministério Público de Contas do estado (MPC-SP), houve indícios de ilegalidades na licitação. Na época, Maurício Silva Souza disse à reportagem que assumiu a empresa, a pedido de seu chefe, Wilson da Silva Cleto. Ele disse ainda não saber de nenhum contrato de sua empresa com a Prefeitura de Rio Claro e que iria na delegacia registrar um Boletim de Ocorrência.

    As residências do prefeito de Rio Claro, João Teixeira Júnior (DEM), o “Juninho da Padaria”, do seu chefe de gabinete, Silvio Aparecido Martins, e do secretário de Economia e Finanças, Gilmar Dietrich, além de outros setores da prefeitura, tiveram buscas e apreensões. A operação se estendeu a endereços nas cidades de Praia Grande e São Vicente, sede da empresa que contratou com o poder público.

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    Para o Ministério Público, “a compra dos equipamentos deu-se a partir do gabinete do prefeito, que exerceu o domínio e o controle durante todo o processo aquisitivo. A empresa contratada foi constituída em nome de ‘laranja’, e apenas em fevereiro de 2020. Além disso, há indícios de superfaturamento”.

    O Ministério Público informou que, durante as buscas, foram apreendidas duas armas de fogo e munições com o prefeito de Rio Claro, além de R$ 9.600 em notas de R$ 100. Celulares e computadores também foram apreendidos. O empresário Wilson da Silva Cleto teve a prisão temporária decretada pelo Tribunal de Justiça por cinco dias.

    Procurada pela reportagem, a assessoria do Prefeitura de Rio Claro disse que ainda não há posicionamento sobre as denúncias. 

    Comissão de vereadores pediu a cassação de prefeito

    Uma Comissão Processante da Câmara dos Vereadores de Rio Claro investigou o processo da compra dos EPIs e deu parecer pela cassação do prefeito Juninho, porque, segundo a investigação, a compra foi irregular. 

    “Por uma manobra política o processo está sub judice. Indignada com a manobra, protocolei o parecer da Comissão Processante no Ministério Público, Tribunal de Contas e Polícia Federal. E o resultado veio na manhã desta quarta-feira. Foi um dia triste para Rio Claro que mais uma vez aparece no noticiário negativamente. Mas é uma resposta para a população que ainda quer saber onde foram parar os R$ 4 milhões”, disse a presidente da CP, vereadora Carol Gomes (Cidadania).

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