Após crítica de Bolsonaro, Mourão admite que ideia de expropriação não avançará
Plano de ação elaborado pelo Conselho da Amazônia Legal, coordenado pelo vice-presidente, pretendia expropriar terras para controlar o desmatamento
O vice-presidente Hamilton Mourão admitiu nesta quinta-feira (12) à CNN que a ideia de criar mecanismos para expropriar propriedades que mais desmatam não vai prosperar. “Lógico que não”, disse.
A declaração foi dada após o presidente Jair Bolsonaro criticar no Twitter a proposta, que consta em um plano de ação elaborado pelo Conselho da Amazônia Legal, coordenado por Mourão.
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O documento, de 62 páginas, elaborado por militares foi revelado pelo analista da CNN Caio Junqueira na última sexta-feira (6). O plano foi apresentado a ministros do governo.
No Twitter, Bolsonaro classificou a proposta como “mentira” da imprensa ou “delírio de alguém do governo”. “Para mim a propriedade privada é sagrada. O Brasil não é um país socialista/comunista”, tuitou o presidente.
À CNN, Mourão admitiu que ideia partiu do conselho. “Isso é um estudo que foi distribuído aos ministérios para que apresentassem ideias a respeito. Alguém pegou e entregou toda a documentação”, disse.
A crítica de Bolsonaro a Mourão foi feita três dias após o presidente desmentir declaração do vice de que esperaria o fim da judicialização antes de cumprimentar o presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden.
“O que ele [Mourão] falou sobre os Estados Unidos é opinião dele. Eu nunca conversei com o Mourão sobre assuntos dos Estados Unidos, como não tenho falado sobre qualquer outro assunto com ele”, afirmou.