Após bate-boca em comissão, revista divulga áudio de Wajngarten
Revista Veja divulgou áudio em que ex-secretário de Comunicação fala em "incompetência" na compra de vacinas
Depois que o ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten negou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia que classificou como incompetente o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello e sua equipe, a revista Veja divulgou áudio que Wajngarten afirma que houve “incompetência” na aquisição de vacinas da Pfizer.
Segundo a revista, Wajngarten “foi indagado se teria havido incompetência ou negligência do governo, particularmente do Ministério da Saúde, diante das dificuldades em fazer avançar o processo de compra das vacinas da Pfizer”.
O ex-secretário então respondeu: “incompetência, incompetência. Quando você tem um laboratório americano com cinco escritórios de advocacia apoiando na negociação e você tem do outro lado um time pequeno, tímido, sem experiência, é 7 a 1”.
À CPI, Wajngarten reafirmou que “em nenhum momento menti com relação ao que foi divulgado na revista Veja, [queria] deixar absolutamente claro. Não fiz nenhuma adjetivação ao general Pazuello, ao ex-ministro Pazuello, em nenhum momento chamei de incompetente”.
Segundo o ex-secretário, a publicação cuja manchete foi “Houve incompetência” serviu tão somente ao objetivo de “vender tiragem”. A Veja afirmou que Wajngarten “não disse a verdade à CPI”.
Ainda antes de a revista divulgar o áudio de Wajngarten, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL) chegou a mencionar um possível pedido de prisão do ex-secretário caso fosse provado que Wajgnarten mentiu à comissão.
“Queria sugerir a vossa excelência, presidente [Omar Aziz] requisitar o áudio da [entrevista de Wajngarten] à revista Veja para verificarmos se o secretário mentiu ou não mentiu”, disse Renan.
“Se ele não mentiu [à CPI], a revista Veja vai ter que pedir desculpas a ele. Se ele mentiu, terá desprestigiado a mentido ao Congresso Nacional, o que é um péssimo exemplo (…) Se ele mentiu a esta comissão, vou requerer na forma da legislação processual a prisão do depoente, apenas para não dizerem que não estamos tratando a coisa com a seriedade que essa investigação requer”, completou o relator.
Após a fala de Renan, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) rebateu a afirmou que Wajngarten estava sendo humilhado na CPI. “É notável a diferença de tratamento entre [Luiz Henrique] Mandetta [ex-ministro da Saúde] e Wajngarten. Ele está sendo humilhado aqui”.