Após aproximação, Centrão já atua por Bolsonaro no Congresso
Nos últimos dias, dirigentes partidários e lideranças se reuniram com Maia para fazer essa ponte com o Palácio do Planalto
O Centrão já atua pelo presidente Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. Desde a semana passada eles têm dialogado diretamente com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para lhe pedir um distensionamento do ambiente político e defender a redução de propostas na casa que gerem amplo impacto fiscal. Também estão refazendo pontes com a oposição.
Nos últimos dias, dirigentes partidários e lideranças se reuniram com Maia para fazer essa ponte com o Palácio do Planalto. Disseram-lhe que é preciso reduzir o “ativismo político” da Câmara, que a casa perdeu o controle dos projetos e que muitas das propostas dos parlamentares implicam grande impacto fiscal, mas que esse fator não está sendo muito considerado uma vez que todos querem mostrar serviço à população em meio à crise.
Há também muita crítica à forma com que Maia liderou a aprovação do plano de socorro financeiro aos estados, que agora está sendo mexido pelo Senado. O Centrão já se colocou à disposição para liderar o processo de reformulação do plano quando ele retornar à Câmara para ser apreciado.
Os líderes do Progressistas, Arthur Lira, do PL, Wellington Roberto, e o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira, lideram esse movimento pró-governo. Além de Maia, as conversas incluem também dirigentes do DEM. O Centrão tem deixado claro que o partido tem a presidência da Câmara, do Senado e até a última semana três ministérios, mas faz questão de dizer que não participa do governo e ainda de quebra é dos que mais atacam o Planalto.
Os líderes do Centrão também já atendem a pedidos do Planalto. Eles decidiram na tarde desta quarta-feira retirarem de pauta o projeto de lei que obriga grandes empresas a emprestar dinheiro para o governo ajudar a combater o coronavírus no país. O governo era contrário à proposta, a despeito de os principais líderes do Centrão a defenderem. Arthur Lira é seu relator e Wellington Roberto o autor.
O texto do projeto prevê que as pessoas jurídicas domiciliadas no país com patrimônio líquido igual ou superior a 1 bilhão de reais e que tiveram lucro líquido nos últimos 12 meses anteriores a promulgação da lei terão que emprestar ao governo até 10% do lucro líquido apurado nos doze meses anteriores à publicação da lei.
O governo não queria roblemas neste momento com empresários. Ainda mais em um momento em que um encontro do ministro da Casa Civil, Braga Neto, se aproxima do PIB nacional para debater o pós-crise.