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    Apoiado por Lula, governador de Alagoas é alvo de operação da PF; STJ pede afastamento

    Policiais cumprem mandados expedidos pela Justiça na Assembleia Legislativa alagoana e no Palácio República dos Palmares, sede do governo

    Bianca CamargoBruno LaforéVianey Bentesda CNN* , em São Paulo e em Brasília

    A Polícia Federal (PF) realiza, na manhã desta terça-feira (11), a Operação Edema, que tem entre os alvos o governador de Alagoas e candidato à reeleição, Paulo Dantas (MDB). Dantas foi para o segundo turno contra o candidato Rodrigo Cunha (União Brasil) e será apoiado pelo candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva.

    Segundo fontes da PF, o governador teve seu afastamento do cargo determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). De acordo com integrantes do MPF, Dantas é investigado, desde agosto deste ano, por um suposto esquema de desvio de recursos púbicos do estado para a contratação de funcionários fantasmas durante sua gestão.

    A investigação, ainda em sigilo, aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Os policiais cumprem mandados na Assembleia Legislativa de Alagoas e no palácio República dos Palmares, sede do governo, em Maceió.

    O STJ informou que a decisão seguirá em sigilo, mas confirmou o afastamento do governador do estado.

    “Portanto, fica a Autoridade Policial Federal e o Ministério Público Federal autorizados a divulgarem nota explicativa acerca do atual estágio da investigação em curso, sem exposição de nomes ou qualquer outro elemento de informação que possa comprometer a defesa da intimidade ou interesse socials em questçao, em especial, o êxito das investigações em curso, mas esclarecendo que entre as medidas cautelares autorizadas está a determinação de afastamento do cargo do atual Governador do Estado de Alagoas”, diz a decisão assinada pela relatora, ministra Laurita Vaz.

    Segundo o Ministério Público Federal (MPF), foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão em imóveis vinculados aos investigados. As medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a R$ 54 milhões.

    Conforme a decisão judicial, a partir de hoje, os investigados estão impedidos de manter contato entre si e de frequentar os órgãos públicos envolvidos na investigação. As medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a R$ 54 milhões. Dezenas de imóveis foram objetos de constrição.

    De acordo com a assessoria do governador e da Polícia Federal de São Paulo, Paulo Dantas está em um hotel na capital paulista. O vice-governador será comunicado a respeito da ordem judicial de afastamento do governador do cargo.

    Em disputa por sua reeleição, Dantas foi para o segundo turno contra o candidato Rodrigo Cunha (União Brasil). O governador terminou o primeiro turno, disputado em 2 de outubro, com 46,64% dos votos, contra 26,79% de Cunha.

    Apesar do afastamento determinado pelo STJ, o Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL) a disputa em segundo turno ocorre normalmente – a Justiça Eleitoral julgou o registro da candidatura como regular,

    CNN tenta contato com a assessoria de Paulo Dantas, do governo de Alagoas e da Assembleia Legislativa para comentar a operação. A PF já se manifestou e confirmou a operação desta manhã.

    Paulo Dantas (MDB), governador de Alagoas. / Assembleia Legislativa de Alagoas

    Eleito em votação indireta

    Até então deputado estadual, Paulo Dantas (MDB) foi eleito, em 15 de maio, governador alagoano em votação indireta feita pela Assembleia Legislativa para um mandato tampão até 31 de dezembro.

    Dantas foi eleito por 21 votos e com seu vice José Wanderley Neto (MDB), que exerceu o cargo na primeira gestão do ex-governador Teotônio Vilela Filho (PSDB).

    Dantas é produtor rural formado em administração de empresas pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió (Cesmac). Já foi prefeito de Batalha e é filho de Luiz Dantas, que já foi secretário estadual, deputado federal e estadual. É aliado do senador Renan Calheiros.

    O então governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), renunciou ao cargo em abril para disputar o Senado. Ele não tinha vice, já que Luciano Barbosa (MDB), seu companheiro de chapa, renunciou em 2020 após vencer a eleição para a prefeitura de Arapiraca.

    *Sabrina Scanoni, da CNN, em Maceió, colaborou para esta reportagem

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