Apenas o Butantan tem autorização para comprar a Coronavac, diz Sinovac
Farmacêutica posicionou-se após divulgação de vídeo do ex-ministro Eduardo Pazuello negociando doses com empresa intermediária
A farmacêutica chinesa Sinovac Biotech afirmou, em nota divulgada neste domingo (18), que apenas o Instituto Butantan é autorizado a negociar a vacina Coronavac no Brasil.
“Nós temos trabalhado com o Instituto para garantir vacinas acessíveis à população brasileira”, diz o posicionamento. A Sinovac também reitera que quaisquer publicações do que chamou de “fake news” acerca do tema poderão ser alvo de ações legais, incluindo medidas que busquem reparação de danos. “Qualquer informação divulgada por outra companhia sem a autorização da Sinovac não tem significado legal”, finaliza a nota.
O esclarecimento vem após notícias envolvendo supostas negociações entre o ex-ministro Eduardo Pazuello e a empresa World Brands S.A. para adquirir doses da Coronavac.
Em um vídeo enviado à CPI da Pandemia e obtido pela CNN, Pazuello anuncia que está reunido no Ministério e que a comitiva é liderada por um homem chamado John. O ex-ministro deixa claro que a intenção do governo é finalizar as tratativas o quanto antes. “Saímos daqui hoje com o memorando de entendimento assinado”, afirmou Pazuello.
Segundo o memorando da reunião, que foi enviado à CPI e cujo conteúdo foi confirmado pelos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Randolfe Rodrigues (Rede-AP) à CNN, o encontro com Pazuello ocorreu no dia 11 de março.
A oferta do grupo que dizia conseguir viabilizar o negócio era de US$ 28 a dose – ou R$ 154,99 pelo câmbio daquele dia. O acordo com o Instituto Butantan fechado em janeiro pelo governo brasileiro era de R$ 58,20 a dose.
Em resposta enviada aos veículos que repercutiram o caso, Pazuello nomeou a World Brands como “representante comercial da Empresa Chinesa Sinovac Biotech Ltd. no Brasil” e afirmou que, após a reunião, foi informado de que a proposta feita pela empresa era “completamente inidônea e não fidedigna”.
*Com informações de Rachel Vargas e Renata Agostini, da CNN