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    Ao lado de Bolsonaro, Teich indica poucas mudanças e fala em preocupação social

    Nelson Teich é cauteloso ao falar da hidroxicloroquina e diz que medicações sem comprovação devem ser dadas apenas se benefícios forem maiores que riscos

    Guilherme Venaglia , Da CNN, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) participou de transmissão ao vivo nas redes sociais ao lado do novo ministro da Saúde, o oncologista Nelson Teich. Durante pouco mais de vinte minutos, Bolsonaro manteve o discurso de que a saída do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta (DEM) foi amigável. Ele e o novo ministro afirmaram que devem se esperar poucas mudanças na condução da pasta com a troca.

    “O ponto que não afinava mesmo com o presidente era a preocupação também com a questão do emprego no Brasil”, disse Bolsonaro, que comparou mais uma vez o Brasil a um paciente, com duas “doenças graves”, sendo que uma seria a pandemia do novo coronavírus e a outra o desemprego. 

    “E o Mandetta, a linha dele, como médico, era voltada quase exclusivamente para a vida. É logicamente mais importante, mas o efeito de uma quarentena muito rígida que fizesse as pessoas mais humildes perderem seu emprego ou até seu ganha-pão, poderia levar a um ponto em que a economia não se ajustasse mais”, argumentou.

    Apesar das críticas às políticas de isolamento social, o presidente Jair Bolsonaro diz que não será dado “um cavalo de pau” e ressaltou que, por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o fim das medidas de restrição estará a critério dos governadores e prefeitos que as determinaram. “Gradativamente, com muita responsabilidade, o Brasil vai voltar a trabalhar. Mas a decisão vai caber a governadores e prefeitos”, disse.

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    O ministro Nelson Teich se mostrou alinhado ao presidente no que, para Bolsonaro, Mandetta estava desafinado. Teich disse ser necessário considerar “as condicionante sociais da Saúde” e relacionou uma piora sensível na economia a um dano de grandes proporções na condição médica dos brasileiros. “Eu estou pensando em pessoas, em sociedade. Se você pega a parte mais humilde, a pessoa que perde o emprego vai ter menos dinheiro para tocar a vida dele, tocar os filhos dele”.

    Teich também acenou aos demais ministérios, dizendo que pretende trabalhar em grupo e se articular com colegas de outras pastas. “Isso tudo tem que ser tratado de uma forma combinada. Quando você começa a separar uma coisa da outra, você traz competição em uma coisa que deve ser colaboração”, afirmou o novo ministro.

    Hidroxicloroquina

    Ao menos em sua primeira fala mais detalhada sobre o assunto, Nelson Teich indicou não ter posição muito diferente da do antecessor, Luiz Henrique Mandetta, a respeito da utilização da hidroxicloroquina em pacientes com a COVID-19.

    Teich falou em utilizar o medicamento nos pacientes com os casos mais graves, como já é feito. Médicos próximos ao presidente Jair Bolsonaro, como a imunologista Nise Yamaguchi, defendem a utilização do composto já diante das fases iniciais do novo coronavírus, impedindo que a infecção progrida. O ex-ministro Mandetta rejeitava a hipótese por considerar alto o risco de efeitos colaterais negativos, como arritmias cardíacas.

    Durante a transmissão ao vivo nas redes sociais, o ministro Nelson Teich afirmou que “os medicamentos que não têm comprovação definida você cria alguns critérios e disponibiliza para aquelas pessoas que você acredita que o benefício pode ser maior que o malefício”. Ele também disse que a prescrição será responsabilidade do médico, o que também já ocorre.

    Em sinalização ao novo chefe, que havia projetado um prazo de dois anos para uma conclusão científica a respeito da hidroxicloroquina, Teich afirmou que espera isso em um prazo muito menor e que vai trabalhar “na forma mais acelerada possível de entender isso”.

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