Ao ficar em silêncio, Torres opta por defesa técnica e sacrifício político
A estratégia não tenta derrubar as acusações com argumentos, mas busca brechas no processo para apontar alguma inconsistência na acusação
Na avaliação de magistrados de cortes superiores, o silêncio do ex-secretário da Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres, durante o depoimento à Polícia Federal (PF), demonstra a opção por uma “defesa técnica”. As informações são da âncora da CNN Daniela Lima.
O silêncio durante o depoimento não precisaria ser total, poderia ser escolhido apenas em determinadas perguntas. Ao optar permanecer completamente em silêncio, Anderson Torres deixa de aproveitar os espaços nos quais poderia fazer sua defesa em aspectos que ele considerasse confortável.
Integrantes de cortes superiores avaliam que silêncio do ex-secretário foi “eloquente”.
Torres optou por uma “defesa técnica”, ou seja, a defesa não deve tentar derrubar as acusações com argumentos, mas deve buscar brechas no processo para apontar alguma inconsistência na acusação.
O principal advogado de Torres, Rodrigo Roca, derrubou o processo das rachadinhas contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro utilizando dessa técnica que não refuta provas, mas busca brechas.
Um dos ministros ouvidos por Daniela Lima também avaliou que a opção por uma defesa técnica também acompanha o sacrifício político. O silêncio, que é juridicamente confortável, também é politicamente fatal.
*Publicado por Fernanda Pinotti, com informações de Daniela Lima.