Antes de decisão sobre PL, Bolsonaro quer discutir palanques regionais com PP e Republicanos
Presidente informou a aliados próximos que, se for preciso, pode se filiar apenas no ano que vem e ressaltou que quer definir palanques regionais antes de oficializar filiação ao PL
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não desistiu de se filiar ao PL, mas informou que antes pretende discutir com o PP e com o Republicanos alianças estaduais nas eleições do próximo ano.
Segundo o relato feito à CNN por três aliados do presidente, ele relatou em conversas telefônicas que pediu ao presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, para sobressaltar as negociações até que sejam definidos palanques eleitorais em estados como São Paulo, Mato Grosso, Pernambuco e Maranhão.
A intenção do presidente, ao retornar ao Brasil, é se reunir tanto com o PP quanto com o Republicanos para mensurar o potencial de alianças aos nomes que ele pretende apoiar aos governos estaduais.
Nas conversas, de acordo com o relato de aliados do governo, presidente afirmou que, caso não chegue a um acordo com o PL, a sua filiação pode ficar até para o ano que vem.
A definição de candidaturas estaduais criou, no final de semana, uma turbulência na relação entre Bolsonaro e Valdemar.
Até esta quarta-feira (17), a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda, e o ex-senador Magno Malta, ambos filiados ao PL, vinham agindo como bombeiros na tentativa de arrefecer o mal-estar.
A possibilidade de o presidente definir candidaturas regionais, sobrepondo a independência dos diretórios estaduais, deve ser um dos temas discutidos em reunião da direção nacional do PL, marcada para a tarde desta quarta-feira (17).
Segundo assessores palacianos, para definir a sua filiação à legenda, o presidente também tem solicitado espaço para aliados dele na executiva nacional do PL, hoje formada em sua maioria por nomes de confiança de Valdemar.
As dificuldades em palanques estaduais têm ocorrido, por exemplo, em São Paulo, onde o presidente não quer que a legenda apoie uma candidatura do vice-governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato do governador João Doria (PSDB).
No Mato Grosso, Bolsonaro ainda não definiu seu candidato ao Senado Federal. Se por um um lado ele considera apoiar a reeleição de Wellington Fagundes (PL), por outro é pressionado a chancelar uma eventual candidatura do deputado federal José Medeiros (Podemos).
Já no Maranhão, como mostrou a repórter Tainá Farfan, o presidente tem requisitado a substituição do presidente do diretório do estado, Josimar Maranhãozinho. O pedido não foi aceito até agora por Valdemar.