Anastácio: Fundo eleitoral de R$ 4,9 bilhões é uma vergonha nacional

No quadro Liberdade de Opinião desta quarta-feira (22), o comentarista Thiago Anastácio falou sobre o orçamento de R$ 4,9 bilhões para o fundo eleitoral de 2022, já aprovado pelo Congresso. O valor é, na prática, quase 150% maior que o destinado para as eleições de 2020, de R$ 2 bilhões.

Na visão de Anastácio, “não há como negar” a importância do recurso para o financiamento das campanhas políticas, mas a estimativa bilionária, antes defendida na casa dos R$ 5,7 bilhões por congressistas, é uma “vergonha”.

“O fundo eleitoral é importante para que haja uma equalização da política, de forma que aqueles que não têm tanto dinheiro quanto muitos pretendentes a cargos tenham o apoio e a possibilidade instrumental de estar em igualdade de condições, concorrendo com as suas ideias e representando as suas bases”, disse o comentarista.

“Agora, R$ 5,7 bilhões é uma patifaria, uma vergonha.”

Para ele, há de se levar em conta que o país, atualmente, registra mais de 19 milhões de pessoas passando fome e 55% das famílias em situação de insegurança alimentar – ou seja, sem acesso regular e permanente a alimentos. Os dados são da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan).

“Nós somos um dos países mais ricos do mundo. Não falta alimento, não falta energia. Frente aos números de pessoas desempregadas e passando fome, bem como ao valor destinado às eleições passadas, o que fica é que nós não temos vergonha na cara”, argumentou Anastácio.

O comentarista ainda alfinetou a aprovação por parte dos deputados. “Falta cobrança da população sobre os nossos parlamentares. Não é possível que, frente a esses números de miséria e economia em bancarrota, testemunhemos uma vergonha como essa.”

O Liberdade de Opinião teve a participação de Thiago Anastácio e Ricardo Baronovsky. O quadro vai ao ar diariamente na CNN.

As opiniões expressas nesta publicação não refletem, necessariamente, o posicionamento da CNN ou seus funcionários.

*Sob supervisão de João Guimarães.